CRÔNICA. A “eleição triste” da Tatiana Py Dutra
Minha primeira ‘eleição triste’, por TATIANA PY DUTRA (*)
Votei pela primeira vez aos 16 anos. Era uma grande oportunidade, corri pra fazer meu título, mesmo não sendo obrigada.
O voto era cédula de papel. Escrevi os números, fechei, beijei o voto. E sorri
Nos anos seguintes, com urna eletrônica, meu gesto de carinho com o meu voto – onde depositei tantas esperanças – foi um sorriso aberto no “confirma”.
Por quê? Porque votar é um ato de fé, e eu estava plenamente feliz pela minha escolha, ainda que a vitória não viesse
Sinto falta desse sentimento.
Fico triste de me sentir entre cruz e a espada. Detesto o clima que vigora, hoje, nas redes sociais. Pessoas que só postavam vídeos de bichinhos me chamaram de “vagabunda” nas últimas semanas. Pessoas que nunca me deram um “oi”, apareceram para defender um modelo de política que têm o direito de defender, mas sem me atacar.
Se sentiram livres para tal pela formação de um clima político de intolerância, que me fez temer pela instauração de um futuro distópico do tipo O Conto da Aia. Para que a ideia deles, para que o desejo deles seja válida, é preciso destruir a minha ideia e o meu desejo.
Polarização construída
Acho que para eleições, o cenário anti-Bolsonaro e anti-PT é desnecessário, já que acho que essa polarização nasceu de uma campanha escusa. Mas, enfim: nessa eleição tínhamos outras 10, 11 opções. Polarizou quem quis.
Me preocupo apenas porque os candidatos podem ter se manifestado contra certos aspectos da civilidade e da democracia como a conheço. E tem gente saindo em defesa de algo que pode se voltar contra si próprio.Me fiz entender?
E acho, de verdade, que a pessoa que você escolheu, por suas falas e atitudes (e crimes, por que não?), tem a ver com você.
E mais que julgadas pelo Judiciário, elas devem ser julgadas pelo tribunal da sua consciência, eleitor. Depois, ela será julgada pela nossa coletividade.
E, por fim, pela História.
#Paz
(*) Tatiana Py Dutra (na foto, de Reprodução do Facebook) é jornalista, atua no jornal Destak, de Brasília, e o texto foi originalmente publicado no Blog da Tati Py (AQUI)
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