SOCIEDADE. Nesses tempos de redes sociais, como fica o diálogo entre pais e filhos? Confira um exemplo!
Por PAOLA SALDANHA (com foto de Arquivo Pessoal), Especial para o Site
Escola, trabalho, cursinho, estágio. A rotina do dia a dia torna a casa um local de passagem. Cada um com o seu horário e compromissos. Mas será que o cotidiano acelerado afeta as relações de quem convive no mesmo lar? Como estão os diálogos entre pais e filhos? E as redes sociais, ajudam ou atrapalham na comunicação?
Na casa da família Barriles Peters as agendas são variadas. O pai, Iran Peters, 61 anos, é o responsável pela casa, atualmente. A mãe, Ana Carolina Barriles Peters, 50, trabalha durante o dia e apenas à noite encontra todos. Os filhos, Agnes, Helen e Antonio, de 21, 16 e 15 anos, respectivamente, dividem suas rotinas entre os estudos. Ana Carolina destaca que, apensar dos horários conflitantes, ela e o marido sempre encontraram espaço para dialogar e estarem envolvidos na vida dos filhos. “A gente sempre participou em tudo”.
O tempo tem se mostrado como um dos grandes vilões responsável pelo distanciamento entre a família, conforme salienta Ana Claudia Araujo Gonçalves, no trabalho final de pós graduação em Terapia da Família da Universidade Candido Mendes (UCAM), intitulado “Dificuldades na relação entre pais e filhos”. “Muitos pais, devido a essa falta de tempo, criam os filhos livres, legando estar deixando-os serem eles próprios. Quase nunca os pressiona. Mas esse tipo de criação também tem seus “poréns”: o que os pais chamam de liberdade, os filhos traduzem como “falta de orientação”, muito necessária”, diz a autora.
Entretanto, a família Barriles Peters caminhou em sentido contrário. Ana Carolina relembra que a rotina do mercado de trabalho nunca atrapalhou a sua dedicação com a educação da prole. “Sempre trabalhei. Nunca deixei de trabalhar. Após as licenças, sempre voltava a trabalhar, mas nunca deixei de cuidar o caderno, os deveres. A gente sempre cobrava deles. O Iran levava e buscava eles na escola”, relata a mãe. Os pais contam que ainda mantêm o hábito de acompanhar o desempenho de cada um, mas com menos freqüência, já que estão mais maduros.
O relacionamento próximo entre os pais e os filhos da família também conta com as redes sociais – entre elas, um grupo em um aplicativo de conversas, com todos os membros-, mesmo com algumas ressalvas de Ana Carolina. “Eu sou mais do dialogar, de conversar, não sou tão ligada às redes sociais. A tecnologia ajuda de um lado, mas do outro lado distancia as pessoas”.
As formas de se manterem conectados ao dia a dia de Agnes, Helen e Antonio é, conforme Iran, é a busca por um espaço de troca e aprendizado. “A gente está sempre aprendendo na vida, não importa a idade. O que a gente tem de conhecimento, precisa passar pra eles. Eles ainda têm muito para andar, para adquirir uma estabilidade”, argumenta.
As ações de Iran e Ana Carolina em relação à comunicação com os filhos vão ao encontro com o que é descrito em um dos artigos de Içami Tiba, médico psiquiatra, psicodramatista e escritor de livros voltados à educação familiar. Na obra intitulada “Como criar o hábito do diálogo com os filhos?”, o especialista ressalta como o estabelecimento de laços de conversa e convívio partem das atitudes dos pais. “Quem não dedica um tempo para conversar, jogar papo fora, orientar, aconselhar, fazer cobranças e espera que tudo aconteça, nunca terá este tempo. Ninguém fabrica tempo, cada um tem o seu”.
A comunicação é uma necessidade básica do ser humano e está ligada a todo processo de troca de informações entre as pessoas. O ato de se comunicar permite a criação de laços e desenvolvimento de relações e atividades. O primeiro espaço onde essa experiência ocorre é no âmbito familiar e, conforme Ana Carolina, criar ambientes positivos de diálogo e afeto são fundamentais para a educação. “Cada pessoa tem o espírito próprio, mas sempre digo uma coisa: o exemplo é tudo”.
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