ARTIGO. Jorge Pozzobom e o transporte coletivo urbano de Santa Maria: tarifa e processo de licitação
Transparência, coragem e respeito ao cidadão
Por JORGE POZZOBOM (*)
Eu nasci em 1970, mesmo ano em que o serviço de transporte público começou a funcionar em Santa Maria. Passaram-se quase cinco décadas e nunca este serviço, tão importante para população, foi licitado em nossa cidade. Até o nosso governo.
Na última sexta-feira, apresentamos, em uma entrevista coletiva, como será o novo modelo de transporte coletivo urbano de Santa Maria, que começa com a licitação do serviço, deflagrada a partir da contratação de uma empresa para a elaboração do Plano Diretor de Transporte Coletivo.
Um momento histórico. Um processo que se estenderá por alguns meses, que é complexo, mas que tem um objetivo bastante claro para a nossa administração: melhorar o serviço prestado aos usuários.
Em respeito aos santa-marienses, aos estudantes, aos trabalhadores, aos pais e às mães de família, queremos, sim, mais qualidade nos veículos que transportam a população e um preço mais justo na passagem. Porém, é preciso ressaltar que, neste modelo que pretendemos encerrar definitivamente com a licitação, o reajuste da tarifa, neste momento, é inevitável.
Principalmente considerando que quase 60% do valor representa o salário dos funcionários das empresas de ônibus. Uma categoria que não pode ser penalizada por um modelo deficitário, obsoleto e que não serve mais para o cenário que vivemos hoje em cidades do porte de Santa Maria.
Mas aí é que está a diferença: nós não nos limitamos a discutir o preço da passagem. Precisamos ir além! E iremos! O novo modelo de transporte coletivo será construído seguindo aquilo que o nosso governo sempre prezou: transparência e diálogo com as pessoas.
A população de Santa Maria nunca foi ouvida sobre esse assunto. As linhas de ônibus estão adequadas, tanto em quantidade quanto em abrangência? Quais são as prioridades? Abrigos de ônibus? Ar-condicionado nos veículos? O que é melhor: mais paradas ou deslocamentos mais rápidos?
Tudo isso precisa ser considerado. E será. Em reuniões, consultas, pesquisas e audiências públicas que serão realizadas. Aliás, já está criado um e-mail que está à disposição para receber sugestões: [email protected].
O nosso governo, com coragem, abriu, pela primeira vez aos santa-marienses, todos os números da tarifa no portal “Transporte Transparente”. E, agora, com a mesma coragem, estamos iniciando algo inédito em nossa cidade, o que demonstra, acima de tudo, o nosso total compromisso com a população.
Pois é dessa forma que governamos, é dessa forma que seguiremos trabalhando, enfrentando as dificuldades e buscando soluções. Como esta, a licitação do transporte coletivo, que não foi realizada pelos governos passados em 1970, 1980, 1990, 2000 nem em 2010. Mas que nós faremos.
(*) JORGE POZZOBOM é o Prefeito Municipal de Santa Maria. Sua trajetória como agente político começou com dois mandatos de vereador, tendo depois se alçado, pelo voto popular, à Assembleia Legislativa. Em meio ao segundo período, em 2016, foi eleito para conduzir o Executivo santa-mariense. Ele escreve no site às terças-feiras.
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra este artigo é de Reprodução.
Se lembro bem o plano de mobilidade urbana foi feito por uma empresa espanhola que terceirizou (todo ou parte) para o professor Carlos José Antônio Kümell Félix da UFSM. Tese de doutorado defendida na UFSC em 2008: ‘Concepção e desenvolvimento de um método de análise de mobilidade do sistema de transporte público urbano por ônibus – Aplicação à cidade de Santa Maria’. Pois é.
O Plano Diretor do Transporte Coletivo custará cerca de R$ 391 mil conforme a noticia em [1].
O PDMU (Plano Diretor de Mobilidade Urbana) custou cerca de R$ 1 milhão [2], aprovado pela Lei Complementar nº 98/2015 [3].
O Relatório Técnico II do PDMU [4] e seu Anexo Cartográfico fazem analise e diagnostico do Transporte Coletivo de 2013.
Já o Relatório Técnico III do PDMU [5] e seu Anexo Cartográfico trazem uma proposta completa de uma rede de ônibus.
O PDMU também traz uma proposta de minuta de lei [6], cujo item 6 trata do sistema de transporte.
Além disso, traz também uma proposta técnica de edital de licitação [7].
Aparentemente, o que o Plano Diretor do Transporte Coletivo quer, é o que o Plano Diretor de Mobilidade Urbana já fez. Quais os motivos para gastar quase R$ 400 mil para refazer o que já está feito?
É certo que a proposta de rede de ônibus do PDMU precisaria de ajustes e atualizações, em função de obras viárias, etc. A Secretaria de Mobilidade Urbana não tem condições técnicas de atualizar o sistema proposto pelo PDMU?
[1] https://diariosm.com.br/not%C3%ADcias/economia/a-partir-de-quarta-passagem-de-%C3%B4nibus-vai-estar-30-centavos-mais-cara-em-santa-maria-1.2153345
[2] https://claudemirpereira.com.br/2015/03/cidade-sabe-o-plano-municipal-de-mobilidade-urbana-pois-e-ainda-esta-sob-analise-na-camara/
[3] http://iplan.santamaria.rs.gov.br/uploads/projeto/17922/LC_098___Plano_Diretor_de_Mobilidade_Urbana.pdf
[4] [5] [6] http://iplan.santamaria.rs.gov.br/site/projeto/visualizar/id/62
[7] http://iplan.santamaria.rs.gov.br/uploads/projeto/18050/4_20140109_Proposta_edital.pdf