COMPORTAMENTO. Moda sustentável é mais que tendência do momento; é, antes, um estilo de vida

Por VALÉRIA AUZANI (com fotos de Arquivo Pessoal e Reprodução), Especial para o Site (*)

Roupas produzidas com algodão orgânico e tecidos reutilizados. Uma tendência que tem ganhado espaço nas lojas e no mundo da moda. Cada vez mais tem se falado em moda sustentável, termo também conhecido como Eco Fashion.  É necessário entender que desde o princípio a moda sustentável busca impactar cada vez menos o meio ambiente, reduzindo os poluentes na produção de roupas, sapatos e acessórios.

Para Daiane Vaz, formada em moda pela Universidade de Caxias do Sul,  “a moda sustentável existe desde o início do processo desde quando eu for desenhar, criar uma coleção, eu estou pensando que quanto menos recortes eu tiver nessa minha modelagem menos resíduo têxtil eu vou ter. Ao mesmo tempo, quanto mais ergonômica for a minha modelagem eu tenho peças mais duradouras, eu preciso ter peças de excelente qualidade, com excelente acabamento, com excelente matéria prima que pense como um todo que consiga refletir que o tingimento que é utilizado nesse tecido, a forma que esse tecido é fabricado, de que maneira eu vou conseguir utilizar isso sem agredir a natureza.”

Você sabia que roupas para serem feitas necessitam de muita água? De acordo com a World Wild Life (WWF), para produzir uma camiseta são usados 2.700 litros de água, e de acordo com o site Roupa Livre, para fazer uma simples calça jeans, são cerca de 10.000 litros de água.

A ideia da tendência Eco Fashion permite que as pessoas tornem-se mais engajadas com as causas ambientais. Como, por exemplo, comprarem produtos de melhor qualidade em uma menor quantidade – aderindo ao movimento Slow Fashion. Com isso, os produtos são reaproveitados e o tempo de vida útil das roupas e acessório aumenta ainda mais.

De tudo um pouco, as produções sustentáveis são feitas através de fibras naturais como o algodão orgânico, linho, lã, cânhamo, juntos com tecidos alternativos feitos com garrafa pet, ainda, com o reaproveitamento de materiais descartados por indústrias. Além disso, também são usados nas peças corantes naturais e colas menos tóxicas, isso auxilia para que não haja a poluição dos oceanos.

Customizar é uma maneira interessante de preservar, mas é claro que com devidos cuidados:  “Se é pra mexer em uma peça de roupa, cortar, replicar, tingir, também tem que ter uma preocupação sustentável. Tem que cuidar onde vai fazer, quem vai dar a destinação para esses tecidos, é muito mais sério do que parece” explica Daiane.

É claro que a moda sustentável não defende que somente sejam usados materiais de baixo impacto ambiental. Esse conceito também procura reduzir o gasto da água e da energia. A reciclagem e a reutilização dos materiais e resíduos também são parte de todo o processo. Daiane ressalta que a indústria da moda em Santa Maria lhe preocupa muito, pois geograficamente há um grande privilégio, porém isso não é explorado dentro do ramo da confecção.

(*) Valéria Auzani é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site