ESA. “Já existe muita concentração de militares naquela cidade”, diz Bolsonaro sobre Santa Maria
Presidente da República destacou que a escolha do Exército foi “técnica”
Por Maiquel Rosauro
O maior trunfo para Santa Maria conquistar a Escola de Sargento das Armas (ESA) acabou se tornando o motivo de sua derrota para a região metropolitana do Recife. Quem revelou essa avaliação foi o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em sua live semanal, na noite desta quinta-feira (22).
“O que deixou de lado um pouco Santa Maria é que já há muita concentração de militares naquela cidade. Seria um pouco demais, militares naquela cidade. Então, resolveu-se levar para o Nordeste a Escola de Sargentos das Armas”, disse Bolsonaro.
O presidente agradeceu o empenho do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que ofereceu todas as condições para a ESA se transferir de Três Corações/MG para Ponta Grossa/PR, mas disse que a escolha do Alto Comando do Exército foi técnica.
A instalação da nova sede da ESA prevê investimentos tanto do Exército quanto do governo de Pernambuco. Em abril, o governador Paulo Câmara (PSB) assinou um termo de compromisso que prevê investimento de R$ 323 milhões no município de Abreu e Lima, na região do Grande Recife, onde a instituição estará localizada.
A expectativa é de que a escola provoque um impacto significativo na economia local e regional. Apenas o curso de formação conta com cerca de 1,2 mil alunos por ano, além do corpo docente e do apoio de 5,8 mil militares. O efetivo total, com as suas famílias, pode representar 10 mil pessoas vivendo em torno da escola. O projeto conta ainda com uma folha de pagamento estimada em R$ 100 milhões por ano.
Números impressionam
O projeto de Pernambuco para receber a ESA impressiona. É, praticamente, uma cidade dentro de uma região metropolitana.
Está prevista a construção de uma área de 1.235.000 metros quadrados, ao sul do terreno do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC). A execução (incluindo processo licitatório, licenciamentos, projeto executivo e obras de construção) deve se entender por volta de 48 meses.
O investimento do Exército deverá ser superior a R$ 1 bilhão e não inclui custos com a infraestrutura no entorno, como a duplicação e asfaltamento dos acessos, o abastecimento de água, colocação da rede de esgoto, rede lógica e rede elétrica.
Estão previstas, entre outras coisas, a escola, um parque de tiros, uma vila militar e uma vila olímpica, além do estacionamento, onde ficará o pátio de formaturas. Os complexos serão interligados, com três opções de acesso externo.
Conforme o jornal Folha de Pernambuco (AQUI), na área da escola, que ocupará 840 mil metros quadrados, além da parte administrativa, serão construídas as estruturas para o curso básico e núcleos para a formação de sargentos nas áreas Combatente (Infantaria, Artilharia, Cavalaria, Engenharia, Comunicações), Logística Técnica, Aviação, Música e Saúde.
Já a Vila Militar será erguida em um espaço de 145 mil metros quadrados, com 14 prédios para graduados, 10 prédios para oficiais com 24 apartamentos cada um, além da residência do comandante da escola e uma área de lazer completa.
Na Vila Olímpica, de 140 mil metros quadrados, haverá um estádio, pista de circuito, ginásio e quadras poliesportivas, fora um pavilhão administrativo.
Confira mais detalhes no vídeo abaixo:
Para comparação, confira o projeto de Santa Maria:
Santa Maria foi para um tiroteio com um canivete na mão. Maquete eletronica apresentada lembra muito a Academia Militar de Agulhas Negras e não deve ser coincidencia. Faltou inteligencia (no sentido de informações), lobby foi feito no lugar errado, gastaram dinheiro em coisas inuteis (adesivos e faixas). Promessas feitas tinham mais a ver com a cidade do que com a escola. Governo do estado praticamente não se envolveu, nem uma área adicional para colocar na proposta (se é que existe disponivel) não ofereceu. Pernambuco no NE lembra o RS, nivel de profissionalismo é alto, mal comparando é como se a aldeia estivesse competindo com POA (alás, POA competindo com Recife já é pareo duro). Resumo da ópera? Aldeia é muito ensimesmada. Nativos tecem loas a si mesmos, a UFSM, falam em rankings e evitam comparações realisticas com outros lugares para não desfazer a ilusão. Aconteceu um choque de realidade, o autoconceito fantasioso foi abalado. Como resposta a ‘elite’ entrou em estado de negação. Nada muda, segue o baile.
Na aldeia, inclusive nas radios e no arremedo de jornal localizado no bairro Camobi, a ‘narrativa’ é que era de SM e não tinha para ninguém. Ouviram ‘especialistas’, cataram milho como de costume. Até na internet informações sobre os projetos de outros estados eram escassas. O projeto da aldeia não foi divulgado, não cheguei a ver os documentos e nem o filme acima. De um tempo para cá ‘bateu o pavor’, muita movimentação poltica, gente indo a BSB, Cruz Alta. Criou-se a ‘narrativa’ de que (contradição evidente pela agitação) se a escola fosse para o Paraná (Pernambuco não existia) era por motivos politico-eleitorais. Ou seja, indicios de que haviam informações (ainda que erradas) não divulgadas. Ocorre o anúncio. Governador de Pernambuco é de partido de oposição. Prefeito da capital idem. Era o lote eleitoral de Miguel Arraes. Discurso de sempre ‘o NE se une’. ‘Cavalão quer conseguir votos na região’. Escola vai levar 10 a 15 anos para se completar, dificilmente terá algum efeito eleitoral. Argumento politico não se sustenta. Problema é que não querem enfrentar a dura realidade, as proprias deficiencias, o erro crasso na auto-avaliação.
Santa Maria é uma cidade boa para morar. Relativamente tranquila. Universidade tem sua importancia. Só que isto aparentemente não era critério. Tamanho da guarnição ‘maior trunfo’ foi narrativa surgida na aldeia. Foi comentado também que era equivoco, citado o caso do Hospital Geral, aumentar-se-ia a clientela em mais de duas mil pessoas sem ampliar o hospital? Inclusive foi perguntado se não estava com gargalos. Quem só ouve o que quer escutar é melhor ser deixado de lado.
Para a massa ignara sempre foi assunto secundário. No mais é o de sempre, aldeia tem problema sério de mentalidade. Tem uma ‘elite’ que tenta vender para o populacho a imagem de uma cidade que não existe, incrivel, fantástica, extraordinária. Solução para isto é o tempo, cabeças branca tem que ir para a cova e a geração seguinte também tem que virar fertilizante. Aldeia tem mentalidade insular, autossuficiencia e autoconfiança que beira arrogancia. Vide a manchete daquele arremedo de jornal localizado em Camobi: ‘Por que a ESA perdeu SM?’. Patético, parece conversa de adolescente que ‘levou toco’ em bailinho de colégio. Ou de quem levou um tremendo par de chifres da contraparte.
Pela descrição de tudo que a “escola” terá(prédios de apto, vila militar, vila olímpica, etc) e custo envolvido, mostra que recursos existem, mas não pra todos. Prioridades de um governo militar, por certo.