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ESTADO. Plano de Governo de Rejane Oliveira propõe descriminalizar drogas e expropriar empresas

Candidata do PSTU também defende a desmilitarização da Brigada Militar

Por Maiquel Rosauro

Rejane de Oliveira propõe que o Estado centralize a distribuição de drogas e preste assistência aos usuários. Foto Divulgação

Propostas polêmicas e três vilões bem definidos: agronegócio, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio da Lula Silva (PT). Assim é o Plano de Governo da candidata a governadora do Rio Grande do Sul, Rejane de Oliveira (PSTU). O documento, de 45 páginas, possui uma narrativa contrária ao capitalismo e defende uma sociedade que acabe com toda forma de exploração e opressão.

“Este é o objetivo fundamental das candidaturas do PSTU: defender um programa revolucionário e socialista. Para o combate imediato à fome e todas as mazelas vividas pelos trabalhadores será necessário inverter a lógica de governo”, diz trecho do plano.

Entre as propostas estão expropriar as dez empresas gaúchas de maior patrimônio; duplicar o salário mínimo; anular todas as medidas e reformas do governo Eduardo Leite (PSDB); aumentar impostos para os ricos; redução da jornada de trabalho (sem redução de salários) e um plano de obras públicas, empregando milhares de pessoas.

Rejane defende uma reforma agrária urgente, apontando que o crescimento do agronegócio, favorecido por isenções tributárias, aumenta o desemprego e a concentração de terra, destrói a natureza e ainda avança sobre os territórios indígenas e quilombolas.

“O agronegócio, para crescer, precisa destruir a natureza (florestas, rios, biomas), avançar sobre os territórios indígenas, quilombolas e pequenos proprietários, aumentando a concentração de terra e renda. Por meio de seus pistoleiros e jagunços, os latifundiários, madeireiras, e mineradoras, com o apoio do governo Bolsonaro, invadem, desmatam, exploram os recursos naturais das terras, expulsam, estupram e matam seus habitantes originários”, diz trecho do documento.

Bolsonaro é o político mais citado em todo o programa, com total de 29 menções. Entre as críticas, o plano culpa o presidente por um “verdadeiro genocídio” durante a pandemia de covid-19, o que resultou em mais de 671 mil mortes e 32,2 milhões de casos confirmados.

Lula, citado oito vezes, também é alvo do PSTU. O documento aponta que seu governo foi coerente com a defesa da propriedade burguesa, governando para setores capitalistas. Até o atual candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) entrou na mira.

“O erro do PT em 13 anos no governo foi tentar governar para todos, e acabar por servir aos ricos e aos capitalistas. Querem repetir a conciliação de classes, na sua aliança para governar com Alckmin”, diz o documento.

Não por acaso, o título do Plano de Governo é “Chega de Governar para os Ricos! Por um Rio Grande Socialista, Governado pelos Trabalhadores”.

Próximo do fim do documento são apresentadas propostas ousadas para a área da segurança pública, como a desmilitarização da Brigada Militar e a descriminalização das drogas.

“As drogas não devem ser caso de polícia, mas de saúde pública. Para começar a reverter esse processo deve-se descriminalizar as drogas, com o Estado centralizando a distribuição, tendo contato e dando assistência médica e social aos usuários, podendo adotar tratamentos mais humanizados, como a redução de anos”, diz o programa.

Confira na íntegra o Plano de Governo de Rejane de Oliveira.

Estado
Leia matérias sobre planos de governo de outros candidatos a governador já produzidas pelo Site:
Paulo Roberto Silveira (PCO), PUBLICADA em 20 de agosto
Onyx Lorenzoni (PL), PUBLICADA em 19 de agosto
Luis Carlos Heinze (PP), PUBLICADA em 18 de agosto
Carlos Messala (PCB), PUBLICADA em 17 de agosto
Eduardo Leite (PSDB), PUBLICADA em 16 de agosto
Edegar Pretto (PT), PUBLICADA em 13 de agosto
Roberto Argenta (PSC), PUBLICADA em 12 de agosto

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