JORNALISTA E DEUS. Descrição desagradável. Mas, nos dias que correm, lamentavelmente correta
Não sei, reconheço, o contexto em que foi escrita. Talvez se refira a um fato concreto – porém não revelado. E, cá entre nós, nada agradável para os jornalistas, entre os quais este (nem sempre) humilde repórter. O fato é que, por força do caráter (menos) e da posição dos donos dos veículos (muuuito mais), a verdade é que jornalista tem um pouco (?) de Deus, gerando até algumas piadas.
Mas, e republico abaixo, o fato é que Carlos Brickmann, na seção “Circo da Notícia”, publicada semanalmente no sítio especializado Observatório da Imprensa, traz um texto de bastante impacto, muito incisivo e, lamentavelmente, com conteúdo bastante verdadeiro – cada qual com a sua própria verdade. Confira. Nem se que seja para criticar. A seguir:
“PESOS & MEDIDAS – O sonho que Deus não pôde realizar
Dizem que a diferença entre Deus e os jornalistas é que Deus jamais pensou que era jornalista. Deus só condena depois de examinar os fatos, e em Sua infinita misericórdia muitas vezes perdoa os culpados.
Há jornalistas também misericordiosos, mas de preferência consigo mesmos. Perdoam os próprios erros com infinita facilidade. Muitos, quando se convencem de que estavam errados, simplesmente param de falar no assunto. Já não são tantos os que aceitam pelo menos publicar o contraditório, o “outro lado”. E bem menor é o número dos que, convencidos do erro, o admitem em público. Este colunista já viu matérias em série baseadas numa reportagem de jornal estrangeiro – com o detalhe de que esta reportagem, em que se calçaram todas as matérias, jamais foi publicada. Com a comprovação de que a reportagem não existia, as denúncias pararam, mas as retificações não surgiram.
Jornalista pode ser também misericordioso com os outros, mas aí depende muito de classe social. Poucos noticiarão que um grande empresário, que administra recursos de terceiros e é responsável pelo emprego de centenas de pessoas, se embebeda todas as noites. Mas vá um jogador de futebol a uma casa noturna, mesmo depois do jogo, mesmo que não beba – ah, esse não escapa da exposição pública. Este não tem direito a vida particular. O risco que corre (risco até físico, dada a paixão de alguns torcedores) não tem importância: o importante é provar que o jogador “é da noite”, vive em meios onde há mulheres e bebidas, que técnico e dirigentes não conseguem controlá-lo, e ai dele se errar um lance na semana seguinte!
Um exemplo diferente: quem sabe quanto ganha o executivo de uma grande empresa? Mas artistas populares e atletas profissionais têm salários divulgados, à revelia, sem qualquer preocupação com sua segurança e a de sua família. Recordemos: a mãe de Robinho foi sequestrada pouco depois que ele…”
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SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas, artigos e informações publicadas no site especializado Observatório da Imprensa.
Claudemir, dá uma olhada em um dos comentários desta postagem do Carlos Brickmann.
“…Estranho isso: os pugilistas cubanos fugiram novamente de Cuba e, já fora do perigo do “inferno comunista”, confirmaram que não foram presos nem deportados, e que a versão do governo brasileiro era correta: eles voltaram atrás na sua tentativa de fugir de Cuba e procuraram um esquema alternativo… Eu mesmo vi um procurador da república vir aqui ao OI alguns meses atrás pronunciar-se neste sentido, ou seja, ele ratificou a versão oficial de que os cubanos pediram para voltar a Cuba. No entanto, Brickman afirma, à lá Boris Casoy, que os caras foram “presos e deportados”. Isso sem falar de outros cubanos que pediram asilo político ao Brasil antes e depois do episódio dos pugilistas, e foram atendidos!!! A ironia é que este texto inicia-se com um comentário sobre erros que a imprensa comete e depois se recusa a corrigir. Sinceramente, não entendo. Acho que eu é que estou ficando gagá…”
O Carlos Brickmann é um cara bom, mas de vez em quando dá umas escorregadas feias…