Claudemir PereiraJornalismo

JORNALISMO. Santa Maria, cidade de intocáveis (2). E, de repente, a repórter vira a “paparazzi” das letras

As premissas. A base da avaliação deste profissional, que está no mercado há 30 anos, ficou, penso, clara, na nota publicada há poucos minutos. Faltou dizer, talvez, que, não obstante todas as dificuldades, o editor é um privilegiado. Contou com comandantes que jamais o impediram de dizer ou escrever o que viu ou pensa. Casos de Vicente Bisogno, nos primórdios, na rádio Imembuí, e, depois, Luizinho de Grandi e sua sucessora, Zaira de Grandi, no jornal A Razão. E mesmo no Pioneiro, de Caxias do Sul, do qual foi secretário de redação e editor-chefe – antes dele ter sido adquirido pelo Grupo RBS.

Sim, esses chefes e/ou patrões, também sofreram suas pressões, embora não as externassem, mas não podaram seu repórter, chefe de reportagem, editor e colunista, atividades exercidas ao longo de mais de duas décadas. Mais recentemente, outro diretor, Paulo Ceccim, jamais se importou – ao contrário, sempre pensou ser este um diferencial da rádio CDN (a finadinha) e, agora, a Antena1. Isto é, bom jornalismo, simplesmente.

Agora, fatos. Apenas fatos.

Remotamente, lá pela metade dos 80, uma moça, repórter de A Razão, ousou olhar (e escrever sobre ela) criticamente peça de teatro montada por um dos grandes de Santa Maria. Pra quê! Foi chamada de “paparazzi” das letras. Escuso-me a explicar o termo, perdão. Mas, pelo menos naquele instante, inclusive por interferência deste editor, e com a concordância do saudoso Luizinho, o emprego dela foi preservado.

Pensa que mudou? Sim, mudou. Imagine, por hipótese, apenas por hipótese, um texto crítico hoje nos jornais da cidade envolvendo, por exemplo, artistas plásticos. Há gente boa, muitos, até. Mas há os medíocres – que, no entanto, recebem espaços generosos. Tenta escrever isso, pra ver o que acontece.

No final dos 80, início dos 90, uma nota, também, no jornal A Razão, provocou furor no campus da UFSM. Ousava registrar queixa (se com razão ou não, é irrelevante, o fato é que era… fato) em relação a uma obra de arte. Deusolivre: o editor só não foi excomungado, e com ele o repórter, porque o “artista” era (talvez ainda seja) ateu. Mas, e quem viveu a época sabe, foi um fuzuê. Adivinha de que lado todos ficaram? Sim, do artista. Embora nem opinião havia, apenas informação. E relevante, dada a abrangência da arte.

(No próximo texto, mais acima, a danada da política)

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