HOSPITAL. Inicia uma difícil missão da Unifra: levar a opinião pública a aceitar modificação no Plano Diretor
Tecnicamente a questão aparentemente está definida. Exceção feita ao integrante da Prefeitura, o Conselho do Escritório da Cidade (atual Instituto de Planejamento de Santa Maria) já rejeitou o projeto de ampliação do Hospital São Francisco, instituição que o Centro Universitário Franciscano – Unifra pretende utilizar para atender às necessidades didáticas e, claro, proporcionar também mais espaço para tratar da saúde da população.
O problema, na verdade, são dois.
Um é exatamente este e talvez o mais complicado. A proposta não se coaduna com o Plano Diretor do Município. Que, naquela região da cidade, prevê edificações bastante menores e, sobretudo, mais baixas àquela prevista pela Unifra. Portanto, há que se modificar a lei – única forma de mudar a posição do Conselho. Para isso acontecer, há um processo legislativo necessário e não necessariamente curto.
Ocorre que a opinião pública, pelo menos a que se manifestou até aqui, não é exatamente favorável a modificações de ocasião. Ainda mais quando informada de que pelo menos uma alternativa foi oferecida, se não à Unifra, ao menos internamente, no Instituto de Planejamento. Exatamente a permuta de uma área pública na zona sul (bairro Lorenzi), em troca do atual local do Hospital São Francisco.
Essa situação, aliás, será debatida em audiência pública (também necessidade legal) nesta quarta-feira, às 6 da tarde, no auditório do Centro Administrivo Municipal, na Venâncio Aires – onde funcionava até anos atrás o Gabinete do Prefeito, entre outras repartições da comuna. Com certeza, os grupos de pressão lá irão, para tratar do tema.
Só depois é que o processo vai para a Câmara de Vereadores, que também terá que promover discussões públicas a respeito. Um longo caminho, portanto.
Já o segundo problema só virá depois de o primeiro ser (ou não) resolvido. Trata-se das licenças para a obra nova. É onde entra, por exemplo, a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam). E, aí, as restrições são outras, de natureza ambiental. Podem se resolvidas. Talvez. Ou possivelmente. Mas não será imediatamente.
Antes dessa fase, porém, a batalha da opinião pública é que será travada. E o primeiro confronto, com certeza, se dá nesta semana. A conferir.
A questão ambiental dessa obra é que está localizada numa possível Área de Preservação Permanente. Há laudos que indicam que há uma nascente na área. São necessários estudos hidrológicos em todas as estações do ano para averiguar se é ou não uma nascente, considerando períodos secos e úmidos.
A opinião pública que se manifestou até agora deve ser dos incomodados. A grande maioria quer mais é que saia o hospital.
Troca de área não está bem clara. Querem trocar área construída no Nossa Senhora de Lurdes por um terreno pelado lá na casa do chapéu? Quer dizer, tem o custo da construção nova, do entorno e ainda por cima a acessibilidade de pacientes, funcionários e alunos fica mais difícil… Baita proposta.
Já alteraram "PLANOS DIRETORRES" para atender interesses bem menos importantes nesta cidade. Agora, para variar, querem fazer "politicagem" em cima de um tema tão importante para a saúde.