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Sol – por Antonio Candido Ribeiro

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Pois, finalmente, o sol voltou. Pena que não vá se demorar mais que dois ou três dias entre nós. De qualquer forma, nesses tempos de agudização das crises político-econômicas, ele é muitíssimo bem-vindo.

Sim, por que com a presidente da República em queda livre nas pesquisas de avaliação de sua gestão e um governo fragilizado (incrivelmente seu atual índice de aprovação é pior que o pior do ex-presidente sociólogo em 1999); com um parlamento cada vez mais desacreditado, com um presidente da Câmara dos Deputados, que, no mínimo, é um perigo para a instituição; com um governo estadual perdido, que não sabe que rumo trilhar; com juros estratosféricos, dólar nas alturas, inflação, que não é galopante mas troteia, mascando o freio e ameaçando escaramuças, céu de chumbo e chuvarada sem-fim é tudo que não precisamos para que nos mantenhamos bem-humorados e capazes de sorrir.

Tomara que o sol, fonte de luz, que pode simbolizar a vida e o princípio criador, ilumine-nos a todos, mas muito especialmente àqueles que têm a responsabilidade da formulação das políticas públicas de nosso país. Em todos níveis e esferas de Administração. Por que, como está, nossos horizontes parecem toldados e fadados a longos períodos de tempestades e enxurradas.

É óbvio que não desejo que nosso Rio Grande amado se afunde ainda mais no lamaçal em que, há décadas, está metido por incrível sucessão de governantes medíocres e irresponsáveis, ou que o país se atrase ainda mais nos processos de desenvolvimento (não apenas de crescimento econômico) comparativamente com outras nações com as quais podemos e nos devemos ombrear do ponto de vista do atendimento das demandas fundamentais da sociedade, da partilha da riqueza e da minoração dos efeitos das desigualdades econômicas, sociais e culturais.

E não consigo acreditar que haja quem queira ver a “caveira” de um governante, com o decorrente cortejo de consequências funestas na vida de todos, apenas porque ele foi eleito por partido político diferente. Nenhum cidadão – na acepção plena desta expressão – pode ter sentimento tão pequeno e mesquinho. Isso é o que penso, amigos.

Talvez, eu seja um tolo, ingênuo, mas não consigo ficar feliz com o fracasso de ninguém e os erros e equívocos alheios não são matéria-prima de minha alegria. Nem admito que se possam mudar regras com o jogo em andamento ou que se possa produzir lei com o propósito de pô-la ao serviço de alguns, em detrimento de outros tantos, detentores de iguais direitos e obrigações. Por isso, embora notívago, prefiro o sol às sombras e ao céu tecido de nuvens escuras.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que você vê aqui é uma reprodução da internet.

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2 Comentários

  1. O que precisamos,é mais Amor pela Nação e menos mentira, pois os nossos políticos não dizem o que pensam e nem o que realmente vão fazer caso sejam eleitos.

  2. Se alguém diz que tenho algum sentimento "pequeno e mesquinho" simplesmente dou risada. A auto-atribuída superioridade moral de alguns é risível.
    Obviamente ninguém "odeia" o adversário político simplesmente porque é de diferente partido. O caso mais óbvio é o federal, "onde fizeram o diabo". A "desconstrução", o comercial da comida sumindo na mesa, o "vai acabar com o bolsa família". No plano estadual o "fulana é proprietária de terras e não declarou para a justiça eleitoral" (o inventário ainda estava aberto), fulano "não tem planos para o RS". É a campanha do "nós somos-eles não são". Muita mentira, muito marketing. Há quem diga que é do jogo. Bueno, talvez seja. Só que antigamente as pessoas eram mais educadas e mais sutis. Tinham mais talento talvez. Só que não é possível tolerar isto e querer que as coisas mudem. Para alterar é necessário fazer algo diferente.
    Qual o motivo para não querer que um governante "se lasque"? Não dá para dizer "bem feito" a bordo do Titanic.

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