EVENTO. Seminário expõe a difícil luta contra o fumo
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Assessoria do Evento
O 25º Seminário Estadual de Alternativas à Cultura do Fumo reuniu centenas de participantes no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, sábado (15), em Santa Maria. O evento contou com ex-produtores, ex-fumantes, ativistas, pesquisadores, políticos e religiosos oriundos de Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Cruz Alta, Dilermando de Aguiar, Porto Vera Cruz, Agudo, Santo Ângelo, Segredo, Seberi, Santo Cristo, Jacuizinho, Hulha Negra, Rio de Janeiro, Santa Maria, entre outros municípios.
Palestras de especialistas na área e depoimentos de ex-produtores e ex-fumantes foram alguns dos principais momentos do Seminário. O evento foi promovido pela Arquidiocese de Santa Maria; Projeto Esperança/Cooesperança; dioceses de Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, Santo Ângelo e Cruz Alta; Cáritas RS e Comissão Pastoral da Terra (CPT/RS). O tema foi “Alimentos Saudáveis, segurança e soberania alimentar, pão, justiça e solidariedade para toda a família humana”, enquanto que o lema era “Que bom que você não fuma”.
– É muito difícil parar e muito fácil começar a fumar – destacou o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Leonardo Melgarejo, que apresentou o painel “Os Malefícios do Tabaco, Agrotóxicos e os Transgênicos”.
Melgarejo também destacou alto volume de agrotóxicos usados no país, não apenas na cultura do Fumo. Segundo ele, o Brasil aplicou 187 milhões de litros de glifosato na última safra – substância que estaria associada ao aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos.
– Não existe maneira segura de lidar com o veneno. Hoje o Brasil importa o veneno e exporta matéria-prima – destacou.
Também foi destaque o painel apresentado pela Drª Tânia Cavalcante e Érica Cavalcanti, provenientes da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), do Rio de Janeiro.
– Quem fuma se torna um dependente químico e quem não fuma, mas convive com um fumante, também adoece e morre. A nicotina tem poder de causar câncer – afirmou Dr. Tânia.
O evento foi finalizado com depoimentos de pessoas que conseguiram largar o vício do fumo e também de ex-produtores de tabaco. Cada um recebeu um troféu simbólico pela coragem e determinação em abandonar o fumo. Entre eles estava Cleber Cassel, agricultor de Agudo.
– Fumava duas carteiras de cigarro por dia. Hoje me sinto feliz e com qualidade de vida e saúde, pois o cigarro envenenava o nosso corpo e prejudica o nosso organismo – afirmou Cassel.
Para a irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, a 25ª edição do Seminário foi muito produtiva.
– Esta foi uma proposta em favor da vida e da saúde das pessoas, com um conteúdo profundo e depoimentos corajosos – avaliou irmã Lourdes.
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