Vivemos na melhor cidade da América do Sul – por Bibiano Girard

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Hiperbolismo ou romantismo, o que define a euforia de viver em Santa Maria e gostar de cada canto seu como se tivesse sido feito para momentos diferentes? Muito da nossa vida acontece dentro da cidade, em seus espaços, ruas, alamedas, edifícios, elevadores, escadas, sinaleiras. E pouco resta para o olhar despretensioso de quem volta do trabalho e só quer deixar passar.

Mas Santa Maria tem suas características emblemáticas para cada bairro, ou pedaço menor geográfico, de vida. Descer a Alameda Buenos Aires, em meio a seus prédios novos de escritórios de advogados e de setores da Justiça, é bem diferente de descer a velha Rio Branco, tão melancólica com seus passeios de velhos, bares antigos – cada um de nome melhor que outro – e famílias inteiras tomando chimarrão nas sacadas à la Havana Vieja.

Nossa cidade velha, o canto onde luminosos de hotéis dividem o horizonte com os morros da Zona Norte. Ali, nem os carros são novos, nem os sapatos das prostitutas, muito menos a fachada do mercadinho da esquina.

Na Cidade Velha, o andar é diferente e a noite tão sozinha. Por entre suas árvores, cada pedacinho de luz espia uma janela. E pelas calçadas, as pessoas ainda se obrigam a viver. Porque é tão mais simples parar o tempo do que apenas reclamá-lo.

Deixe um dia para caminhar por ali. A Rio Branco e seu entorno são um cartão-postal pronto, estética e emocionalmente. Ali, a cada porta a gente encontra um pouquinho de um mundo que ficou – por gosto – no passado.