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COMPORTAMENTO. Creia: o “bullyng” pode ter sido potencializado pela internet, mas surgiu bem antes

Por BRUNA MILANI (com fotos de Arquivo Pessoal), Especial para o Site (*)

Ele está presente no ambiente escolar, dentro do seio familiar e em outros locais. Normalmente acontece entre crianças e adolescentes podendo ser verbal ou físico causando danos psicológicos na vítima. Conhecido como uma brincadeira agressiva e de maneira repetitiva, o bullying era praticado antes mesmo do surgimento da internet.

Na lei de número 13.185, o bullying está classificado como uma intimidação contínua, com violência física ou psicológica envolvendo atos de humilhação ou descriminação de raça, cor, gênero e entre outros. Enquadram-se ainda o casos de insultos, ameaças, apelidos pejorativos e ataques físicos.

Conforme o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), divulgado em 2015, a cada dez estudantes, um se torna a vítima do bullying. Já no ano de 2017 foi realizado relatório pelo representante do secretário geral da ONU, denominado “Pondo fim à tormenta: combatendo o bullying do jardim de infância ao ciberespaço” com aproximadamente 100 mil crianças de 18 países.

Lorna: “não apenas a escola e a família, mas toda a sociedade deve tomar uma posição, pois é uma questão social gerada ao longo do tempo”

Nele se concluiu que praticamente a metade desse público sofreu algum tipo de repressão, seja pela cor, etnia, orientação sexual, aparência física ou de país de origem. No documento consta que o Brasil é o quarto país com a maior taxa de bullying, com 43%, assim perdendo para a Noruega com 40,4 %, Espanha com 39, 8 % e a Alemanha com 35,7 %.

Com o desenvolvimento da internet, em 1969, e a sua presente evolução nesses 50 anos, outro modelo de bullying apareceu: o ciberbullying. No ano de 2015 a empresa Intel Security fez um levantamento com 507 crianças e adolescentes, com idades aproximadas entre 8 e 16 anos. O trabalho constatou que 66 % passaram ou ainda sofrem com o bullying na internet.

Para a psicóloga Lorna Marques, 39 anos, o bullying está presente nessas faixas etárias por ser uma época em que as pessoas estão vulneráveis, suscetíveis a realizar e a sofrer a ação frente as demandas sociais, muitas vezes para ser aceito dentro desse contexto social. Na opinião da profissional quem já sofreu com o bullying tende a repetir a violência com uma outra pessoa, mas ressalta que tanto a pessoa que pratica ou recebe está passando por problemas emocionais, físicos ou outros.

“Não apenas a escola e a família, mas toda a sociedade deve tomar uma posição, pois é uma questão social que foi gerada ao longo do tempo. Devem ser realizadas palestras, debates, conversas sobre o tema como forma de prevenção. Eu considero o bullying como uma questão de saúde pública”, afirma a Lorna.

Roberta, que, na infância e adolescência, foi vítima de bulling: “hoje em dia a perseguição é muito mais grave com a presença da internet”

A empresária e psicóloga Roberta Vasconcellos, 41 anos, foi uma das vítimas do bullying. “Eu me lembro que quando tinha quatros anos de idade, foi quando entrei na escola e tinham duas meninas. Elas eram bem agressivas e eu era uma criança superintrospectiva, supertímida, ficava num cantinho e não era de falar. Me lembro que elas me chutavam, me batiam. O nome delas eram Alessandra e Daniela. No ano seguinte os meus pais me trocaram de escola por conta delas”, relembra.

Roberta conta que as agressões continuaram também no início da adolescência, mas de maneira verbal. “Eu tinha um colega que me chamava de idiotinha porque o meu pai me obrigava a usar o cinto de segurança, mesmo que na época não fosse ainda obrigatório. Acabei por não querer mais ir à escola por conta disso. A minha mãe foi falar com a coordenadora e não deu em nada por conta dele ser de sobrenome famoso na cidade”, relatou.

De acordo com Roberta durante as duas fases da vida o tratamento psicológico não era mencionado. “quem resolvia eram os pais, mas quem tinha um nível de vida superior era defendido, porque ajudavam na escola” comentou.  Conforme a empresária naquela época não existia internet e nem o aparelho celular e o computador não era acessível a todos. Para ela, hoje em dia a perseguição é muito mais grave com a presença da internet e isso faz com que se tenha mais casos de jovens cometendo suicídio.

(*) Bruna Milani é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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Um Comentário

  1. Estagiária comeu um ‘i’ na manchete e trocou um ‘y’ por um ‘i’ no ‘cyber’.
    Guerra cultural à parte, lembrar do nome das colegas de 37 anos atrás, te falo de memória.

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