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Bilbao e Medellin: lições para Santa Maria – por Carlos Costabeber

Numa belíssima iniciativa da Reitoria da Unifra, Santa Maria recebeu um presente inusitado: a visita de dois profissionais de alto nível, no Painel “Cultura e Transformação Criativa nas Cidades”.

Os convidados eram Jorge Melguizo, de Medellin (Colômbia), e Roberto Gómes de la Iglesia, de Bilbao (Espanha).

Na sexta-feira, convidado para uma reunião reservada com os dois palestrantes, confesso quem depois de três horas, saí vivamente impressionado. Não só eu, mas todos os que lá estavam, incluindo o Prefeito Schirmer.

Não vou entrar em detalhes, até porque a imprensa local deu cobertura sobre o que os dois falaram. Mas foi uma saraivada de informações e de experiências bem sucedidas.

Eles trouxeram a história de transformação de duas cidades em crise, e que graças a um trabalho espetacular, conseguiram transformá-las em modelos para o mundo todo.

MEDELLIN, uma cidade com 2,2 milhões de habitantes, foi considerada no inicio dos anos 90, a cidade mais violenta do mundo (o ano mais violento foi em 91, quando 7.000 pessoas foram assassinadas violentamente – 20 por dia). A causa de tamanha violência, eram os cartéis de drogas!

Aí houve uma guinada de 180°. Investimentos públicos em educação e cultura nas áreas mais pobres e na periferia transformaram totalmente a cidade.

Segundo Jorge, o movimento buscou provar que era possível sair daquela situação de desgraça, desde que a sociedade se unisse e trabalhasse de forma organizada. Foi assim que esse movimento ganhou as eleições por duas vezes, e transformou a cidade.

Hoje, Medellin é um polo turístico e vive em paz, pois conseguiu expulsar o narcotráfico.

Já Bilbao seguiu o mesmo principio, e deixou e ser uma cidade industrial decadente e poluída. Hoje é uma potência europeia na área do turismo, graças a fortes investimentos em arte e cultura.

Só como exemplo, o belíssimo Museu Guggenheim que lá foi construído, é o ícone emblemático da Bilbao moderna, e que atrai milhões de visitantes todos os anos.

No final, fiz uma intervenção, aproveitando uma das experiências feitas em Medellin.

Falei que a minha última missão de vida era a de trabalhar em prol dos jovens. E que eu vivia uma angústia profunda, ao ver que a educação que estamos oferecendo aos nossos jovens está cada vez mais defasada em relação à competitividade exigida pelo mundo moderno.

E que a lição que eu havia tirado naquela manhã era a necessidade de levar para dentro dos conselhos das escolas públicas, a participação das nossas lideranças empresarias (inclusive a participação de militares da ativa e da reserva).

E que eu iria tentar fazer isso, usando minha experiência como professor, e meu relacionamento com empresários e militares.

A resposta que recebi do Jorge Melguizo: “A EDUCAÇÃO ATUAL NÃO VAI AJUDAR UMA SOCIEDADE TRANFORMADORA”.

E mais:

* “Só vamos encontrar os novos caminhos se envolvermos os jovens e artistas, que pensam diferentemente de nós”;

* “Lá fora também existe inteligência, e pessoas que não pensam como a gente”;

* “A cultura é causa do desenvolvimento”;

* “Não existem modelos prontos. Devemos buscar nosso próprio caminho”;

*”Para se trabalhar com pessoas diferentes, é preciso uma metodologia inovadora”;

*”Não temos empresas de sucesso em sociedades fracassadas”; e,

* “Só as coisas que não conhecemos, mudarão nossas vidas“.

Depois de conhecer essas experiências inovadoras (e viáveis), voltei a acreditar: podemos e devemos transformar Santa Maria em uma cidade muito melhor para se viver.

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