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Veja degradada. Coluna é usada para negociatas. E oferecendo Lula como “álibi”

Saiu o terceiro capítulo de uma série de artigos-reportagens assinados por Luis Nassif, um dos mais respeitados jornalistas do País, diretor da agência Dinheiro Vivo e comentarista de Economia da TV Cultura. Antes, Nassif foi, entre outras coisas, colunista da Folha de São Paulo e comentarista e apresentador da TV Bandeirantes.

 

Nassif, se utilizando exclusivamente de fatos noticiados pela Veja, está desconstruindo a revista mais lida do país. E que, depois de uma história de excelente jornalismo, virou apenas um panfleto, a serviço de negociatas empresariais. No texto já disponível, o alvo é uma coluna da edição da Veja ainda nas bancas, assinada pelo notório Diogo Mainardi. Que, claro, a pretexto de defender interesses puramente comerciais, dá um jeito de incluir o Presidente da República. Saiba como, a seguir:

 

“Lula, meu álibi – a blindagem política para as jogadas comerciais

 

Por várias razões, a coluna de Diogo Mainardi, na última edição de Veja, é exemplar para uma análise de caso, sobre a manipulação de notícias para propósitos de disputas empresariais.

 

Consiste em juntar um conjunto de informações detalhadas (números de contas, de cheques, valores) e compor uma salada, muitas vezes sem lógica, confiando na falta de discernimento dos leitores. Compensa-se a falta de lógica com excesso de detalhes. Depois, se confia que a complexidade do tema impedirá com que as informações sejam conferidas.

 

A coluna falava sobre o inquérito que corre na Itália sobre operações fraudulentas da Telecom Itália. Mainardi alegou ter informações reservadas do inquérito, não as divulgou, mas aproveitou para lançar ameaças a jornalistas que ousassem criticá-lo.

 

O centro de suas acusações eram US$ 100 mil recebidos pelo advogado Marcelo Elias – que derrotou Daniel Dantas em um caso rumoroso na corte inglesa. Segundo Mainardi, esses US$ 100 mil teriam sido pagos a Elias, para que distribuísse entre autoridades e jornalistas brasileiros.

 

O primeiro furo foi a tentativa de atribuir o dossiê a fontes italianas. Conforme você conferiu no capítulo anterior, o bookmark deixava claro que era uma fonte brasileira.

 

O segundo engodo foi o álibi para a publicação da coluna.a única justificativa para publicar uma notícia é quando há um fato novo. Mainardi apresentou o dossiê como algo inédito, recém-chegado da Itália. Era notícia requentada. No dia 11 de outubro de 2006, na coluna “Notícias da Itália”, Mainardi já havia se referido a esses fatos…”

 

EM TEMPO: o caso Veja, tratado com grande talento, e muita informação, por Nassif já está provocando uma reação da Editora Abril, que resolveu processar o jornalista. E também o chamado núcleo de comando da redação, Eurípedes Alcântara, Mário Sabino e Lauro Jardim. Em contrapartida, começa a surgir, na internet, uma grande rede em torno do jornalista. De um lado, solidariedade. De outro, novos fatos. E, sobretudo, a disseminação do trabalho, algo que, modestamente, também estou fazendo por aqui.

 

EM TEMPO (2): é incrível que, embora fato da maior relevância, a mídia grandona (e a que se acha) está simplesmente ignorando o assunto, por mais rumoroso que é. Faz sentido, não?

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – Não deixe de ler aqui  a íntegra do texto “Lula, meu álibi – a blindagem política para as jogadas comerciais”. No mesmo endereço você encontra todos os outros 12 capítulos já escritos por Luis Nassif, e que correspondem (com os que ainda virão) num verdadeiro inventário de uma revista que já foi a de maior credibilidade do país e hoje é um simulacro, para dizer o mínimo.

Para entender um pouco mais do que significa esse importante debate que acontece na grande rede, convém a leitura do artigo}“Caso Nassif/Veja esquenta a guerra política na blogosfera brasileira”, de Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa.

 

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