A PAIXÃO POR UMA CIDADE (1). Nem passa pela cabeça do sapateiro Alfredo de Freitas, 68 anos, morar fora de Santa Maria
Por LICIANE BRUN (texto) e MAIARA BERCH (foto)
Seu Alfredo nasceu em Santa Maria. Conheceu a esposa, casou-se e se separou dela aqui, em Santa Maria. Jamais morou em outra cidade, e isso nem passa pela sua cabeça. Aos 68 anos, 40 deles trabalhando como sapateiro, Alfredo Varlei de Freitas assume: “não tem graça sair de Santa Maria”.
O santa-mariense gosta do barulho da lixadeira lustrando os sapatos. Segundo ele, é o que mais chama a atenção das pessoas quando o vêem trabalhar. Relembrando a juventude na cidade que o viu crescer, seu Alfredo é enfático ao narrar a alegria quando tocava nos bailes. O também gaiteiro adorava ver os salões lotados de casais que dançavam sem parar. “Antigamente era assim. Agora, é difícil ver o pessoal ir em bailes e dançar de verdade”.
O coração do estado também é a cidade do coração de Seu Alfredo. O que adora em Santa Maria? Poder passar pelo centro da cidade e ver pessoas bonitas. Ainda se atreve a dizer que Santa Maria é uma das cidades onde mais tem gurias bonitas. A vontade e o gosto pelo trabalho o fazem acordar disposto, preparado para mais um dia na cidade de onde não quer sair.
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