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Tragédia catarinense. Para além do clima, também há muita responsabilidade dos entes públicos

Enquanto prosseguem as campanhas de solidariedade para com os milhares de catarinenses atingidos pelas enchentes e suas conseqüências, como deslizamentos mortais, por exemplo, acontece uma reflexão intensa acerca das causas que provocaram o trágico evento.

 

É evidente que existe o lado, digamos, técnico. E aí podem e devem entrar, entre outros, os estudiosos do clima e do meio ambiente. É possível, e isso também ocorre, encontrar razões no egoísmo humano – que pega desde o pobre que não quer sair do seu cantinho, por mais inseguro que seja, até o grã-fino, que explora as encostas virgens e lindas das montanhas para nelas fincar suas mansões.

 

Mas, e esse fator tem sido deixado de lado, ou pelo menos, quando se fala nele, isso ocorre de forma algo enviesada, não se pode deixar de lado as responsabilidades do Estado. É onde entra, por exemplo, a inexistência de uma política de habitação, que é o tema da reportagem a seguir, com foto divulgada pela Agência Brasil. Confira:

 

“Falta de política de habitação aumenta tragédia em SC

 

A falta de política de habitação, muito comum nas cidades brasileiras, agravou os efeitos das enxurradas que atingem Santa Catarina há três meses. Em entrevista, o arquiteto e professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Luiz Alberto de Souza, avalia como a urbanização e as moradias precárias no Vale do Itajaí, região mais atingida pelos temporais e pelas enchentes, contribuíram para as mais de cem mortes, boa parte em decorrência de deslizamentos. Dados extra-oficiais apontam que somente na cidade de Blumenau, o déficit de moradia atinge seis mil famílias.

Souza também alerta para a necessidade do país melhorar os sistemas de previsão meteorológicos a fim de prevenir a população e evitar mortes.

As enxurradas e os deslizamentos que ocorreram em SC são fenômenos naturais?
O que aconteceu desta vez é que esse fenômeno se deu em uma intensidade muito maior do que costumeiramente acontece. As condições climáticas que estavam sobre a região de Blumenau (SC) eram ruins, nós estávamos há 15 semanas consecutivas com chuvas. Isso intensificou, no final de semana passada, onde choveu um volume muito grande em dois dias e isso foi o que agravou os deslizamentos. E conseqüentemente também das cheias que aconteceram em Itajaí (SC) porque os rios estavam com um volume muito grande devido às chuvas dos últimos três meses. É um fenômeno natural sim, é constante, porque é uma região que chove muito. Mas a intensidade, desta vez, foi atípica. E isso os meteorologistas estão colocando, pelas medições que eles fizeram.

Que fatores contribuíram para a tragédia no estado, principalmente no Vale do Itajaí? Foram vários fatores. Teve essa questão da “natureza”, que podemos dizer entre aspas, que foi a questão das chuvas acima no normal. Mas também em muitos casos houve a ação do homem sobre a natureza contou. Nossa região aqui é um vale onde temos conseqüentemente temos muitos cursos d’água, muitos ribeirões, e morros. A região de Blumenau é cortada por muitos morros e muitos rios. A própria topografia da cidade naturalmente já…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Falta de política de habitação aumenta tragédia em SC”, de Raquel Casiraghi, da Chasque Agência de Notícias.

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