ATO DE DEFESA. E não é que, meio de repente, ressurge o “MDB” em Santa Maria
Uma preliminar, como dizem os jurisconsultos: este repórter jamais escondeu de que lado estava, antes da redemocratização do País. Inclusive porque, com muito orgulho, lutou por ela. Sim, fui do MDB, um digno partido que estava nas trincheiras contra a ditadura. Aliás, fui também do PMDB (e alguém há de guardar as atas que comprovam ter sido Claudemir Pereira suplente do diretório municipal, no fim dos 70) e do PT.
Hoje não sou mais militante partidário. Me considero apenas (o que, desculpa, não é pouco) um profissional do jornalismo, com independência suficiente para discernir. Mas tenho lado, sim, e não renego essas origens. Antes, me sinto honrado de ter participado, mesmo que minimamente, dessa história de resistência democrática.
Não, nunca fui torturado. Pelo menos não fisicamente. Mas não era alienado, como li num texto eivado de estupidez e hipocrisia que li neste final de semana, num jornal da cidade. Sabia (tanto quanto quem escreveu, e que agora virou “democrata”) bastante bem o que havia em volta. Inclusive a impossibilidade de falar em voz alta, nos bancos escolares.
Dada essa longa preliminar, vamos a dois registros. Por respeito a quem me contou, não dou os nomes. Mas eles sabem – e os que os cercam também. Trata-se de dois santa-marienses bastante conhecidos, e que votaram em Marina Silva no primeiro turno. Um porque não gosta do Lula, menos ainda da Dilma Rousseff. Outro porque, embora do PMDB, que tem o vice de Dilma, não gosta dela e menos ainda do atual Presidente. E preferiu, no primeiro turno, a candidata verde.
A tendência de ambos, não me negaram (e um deles até semana atrás confirmava e dizia), era votar em branco ou anular, no dia 31 de dezembro. No entanto, mudaram de idéia. Um, no início da semana, me confessou: vai que o (José) Serra ganha? E volta aquela política privatista do Fernando Henrique, que rebaixou o funcionalismo público a menos que pó de mico. Não, me enfatizou, isso não. “A contragosto, mas vou de Dilma”.
O outro, bem, o outro se convenceu de duas coisas: o partido dele tem o vice-presidente. E isso pode ser bom para a agremiação e para Santa Maria. Logo, nada de Serra. E, como havia muitas testemunhas (e ele ainda prefere manter a postura “neutra” do peemedebismo gaúcho), escreveu na mão a inicial de sua candidata de segundo turno: “D”.
Curioso. A impressão que tive, após essas duas ilustres assertivas – e ambos são o que alguns chamariam de “formadores de opinião” – é que o MDB foi ressuscitado. Pelo menos até 31 de outubro.
PS: O peemedebista citado (mas não nominado) não é Cezar Schirmer. Que também era do MDB – inclusive na época em que o repórter compunha a lista de suplentes do diretório da comuna.
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