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Antonio Palocci deve ficar na Fazenda. O resto é “frescura” do próprio

Se há alguma coisa óbvia, neste momento, no país, é a que dá conta que o “mercado” não quer a saída de Antonio Palocci, do ministério da Fazenda. Que outra explicação haveria para o movimento de vai-e-vem feito pelo mercado financeiro (leia-se Bolsa de Valores e Câmbio), caindo enquanto se especulava a saída dele e se estabilizando ao dar-se conta de que não passava nada além disso mesmo, de especulação?

Além do que, discordâncias com Dilma Rousseff ministra-chefe da Casa Civil, à parte, Palocci taaambém quer, meeeesmo, é continuar onde está. E, se possível, com mais poder. Se não, ao menos com a convicção de que Lula depende dele e de sua política econômica (com alguma flexibilidade a ser negociada) para viabilizar o projeto de reeleição. Ou alguém ainda acha que o Presidente não vai tentar um novo mandato, quando mais não seja para defender-se das acusações que seu governo é alvo?

Quem, talvez, e mais uma vez, pegou o espírito da coisa foi o jornalista Ricardo Noblat. É do site dele que extraí o texto abaixo, publicado há poucos minutos:

Frescura de Palocci
A forte chuva que desabou sobre Brasília no fim da tarde deve ter contribuído para esfriar a temperatura da crise interna do governo que opõe a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, ao ministro Antonio Palocci, da Fazenda.
O resumo da crise é simples: Palocci quer economizar mais do que Dilma e o próprio Lula consideram razoável. E acha que sua autoridade foi atingida por Dilma ao tornar pública a divergência.
O ministro amanheceu de ressaca depois de uma noite mal dormida. A segunda-feira foi considerada pelos que o conhecem como a pior da vida dele desde o início do governo, informa Leandro Colon, repórter do blog.
Palocci não queria ir sequer à cerimônia montada ontem à tarde no Palácio do Planalto para que Lula sancionasse a Medida Provisória do Bem – aquela que reduz impostos.
Levou uma bronca de Lula, que telefonou para ele exigindo sua presença. Palocci compareceu de cara fechada. E fechou ainda mais a cara ao ouvir o discurso onde Lula disse que a política econômica não é de ninguém em particular é do governo.
Os dois conversaram logamente a pedido do ministro logo depois da solenidade. Palocci voltou a se queixar do “fogo amigo” ateado por Dilma e se disse vítima de um processo de fritura.
Bem ao seu estilo de lorge inglês, Lula mandou Palocci “parar de frescura”. Depois disse que ele continuaria no Ministério da Fazenda e pronto.
Uma pessoa bastante próxima de Lula e de Palocci comentou quando soube sobre o quê os dois haviam conversado:
– Quem quer pedir demissão entrega a carta.
Palocci avançou pela madrugada de hoje reunido com assessores, examinando a hipótese de entregar a carta. Mas não entregou. Na verdade, não quer sair. Quer entrar mais. E quer carinho, bastante carinho.
Ganhou, pelo menos, um afago quando Lula disse esta tarde em Luiziânia que ele continuava firme e forte no cargo.
E foi tudo. Quando nada porque Lula aposta que Palocci ficará de todo o jeito. Se não ficar, perderá o fórum judicial privilegiado concedido a ministros de Estado que só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal.
Caso peça demissão, Palocci se arriscará a ser chamado a depor em qualquer delegacia de polícia de Ribeirão Preto. É justamente aí onde mora o perigo.
Afinal, a polícia reúne provas de que houve corrupção na administração de Palocci como prefeito da cidade.
Lula e Palocci voltarão a conversar amanhã. Para o público externo, Palocci irá dormir hoje como alguém ainda disposto a pedir demissão.
A essa altura, é só frescura dele.

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