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Vá, veja e pense – por Bianca Zasso

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Cinema serve para o quê? Pode soar estranho uma colunista e pesquisadora de cinema propor esta pergunta, mas acredite: ela é pertinente mesmo em locais onde a Sétima Arte circula livre e fagueira, como neste site. Quando nasceu, o cinema era uma incógnita. Thomas Edison e os irmãos Lumiére filmaram cenas cotidianas e passaram a exibi-las como atração em feiras e cafés.

George Meliès tratou a película como uma criança diante de um brinquedo novo. Seus truques e histórias mirabolantes impressionam até as novas gerações. Desde que tenham o mínimo de sensibilidade, é claro. Só que o menino cinema cresceu e virou indústria nos Estados Unidos e ferramenta de experimento e libertação na Europa. E hoje? Crise, meus prezados leitores. O cinema passou dos 100 anos e entrou em crise.

A velha e detestável briga entre quem defende que cinema é arte e a turma que acha que a tela grande deve proporcionar apenas entretenimento não cabe mais. Aliás, neste espaço, ela nunca pisou. Isso porque esta criatura que vos escreve aprendeu cedo que filme bom é aquele que toca na alma. E que os filmes que nos fazem gargalhar alto utilizando situações simples e até bobas também merecem o adjetivo de bons. Isso porque não há coração e cérebro que aguente viver apenas em um quadradinho do mundo.

Só assistir produções densas pode te deixar em eterno dilema e, se você tiver uma queda pela arrogância, empinar seu nariz tão alto, mas tão alto, que vai perder o melhor da festa, já que seus amigos podem estar lá, se divertindo com uma comédia enquanto você acha que eles estão perdendo tempo. Nas duas horas em que eles abriram um sorriso atrás do outro, talvez tenham refletido mais sobre a vida do que você, que acha que um bom personagem precisa ser intelectualizado, sério ou que amarga alguma cruz bem pesada.

Não vou bancar a sabida. Já tive meus preconceitos cinematográficos. A adolescência, por ser a fase mais complexa pela qual passamos, foi um período onde eu achava que existiam os filmes certos e os filmes errados. Bendito tempo que nos coloca para pensar e mudar de ideia. Hoje acredito que toda e qualquer produção é digna de ser questionada e vista.

O que não pode é tratar a ida ao cinema ou a sessão diante da TV da sala um simples passatempo. Tornar estes momentos uma oportunidade para conversar e discutir, sejam questões técnicas ou do conteúdo do roteiro, aproxima as pessoas. Algo quase mágico, se pensarmos que vivemos numa época em que a preocupação maior de algumas pessoas é o selfie na sala escura do que o filme que irão assistir.

Enquanto alguns esquecem do mundo com os olhos vidrados em suas telinhas, ainda há guerreiros que apreciam a experiência coletiva de assistir um filme, pensar, perguntar, questionar, mudar de opinião sobre ele. É coisa simples, mas constrói amizades, nos presenteias com respostas e sorrisos, além de tornar os dias mais mágicos. Experimentem. É mais legal que Whatsapp.

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