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Falência. Estado gasta quase 70% da receita só para pagar servidores e a dívida com a União

São 30 anos de penúria. Se fosse uma empresa, há muuuuito tempo estaria falida. Uma família? Na lona. Um indivíduo? Marcado como caloteiro e inepto por qualquer organismo (como SPC ou Serasa) que previne instituições contra os maus cliente. Se está falando aqui, porém, é do Rio Grande do Sul e suas finanças.

Talvez não se saiba exatamente como tudo começou, mas admite-se que são pelo menos 30 anos de imprevidência e, sobretudo, sem tomar uma medida concreta para fazer o que qualquer empresa ou cidadão se tocaria bem loguinho: gastar só o que arrecada.

No entanto, isso não foi feito e, agora, aparentemente, até mesmo paliativos criativos não existem mais em estoque. Dois governadores do período aproveitaram a inflação elevada; outro se serviu do “caixa único” e um quarto apelou para aumento de tributos e se utilizou de depósitos judiciais. Ah, e um quinto antecipou receitas tributárias. Enfim, resolver o problema de forma permanente, nadica de nada.

Resultado? A falência e impossibilidade de cumprir metas mínimas de investimento. É o que aguarda o próximo governante, que não poderá fazer mais qualquer mágica. Dá para apostar em medidas impopulares, qualquer que seja o vencedor do pleito de 1º de outubro. Isso é tão certo quando você está diante de um computador, neste momento.

A propósito da situação falimentar do Estado, o jornal Zero Hora começa a publicar, neste domingo, uma série de reportagens. E o faz buscando comparar a vida das finanças públicas do RS com os recursos do cidadão comum. Aliás, elogie-se, uma forma muito criativa.

Nos textos do primeiro dia, a assinatura é de Alexandre Elmi, com a colaboração de Taís Grün. Dê uma olhada. Vale a pena:

É você que paga a conta
A amarra das finanças

A casa Rio Grande do Sul está quebrada. Como uma família descontrolada que sistematicamente gasta mais do que recebe, o Estado patina na incerteza de não ter dinheiro para pagar as contas do dia, saldar as dívidas que contraiu no passado e investir no sonho de dias melhores no futuro.

A imprevidência ao longo de três décadas gestou a penúria. Se fosse uma pessoa como você, leitor, o Estado já estaria no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Se possuísse a responsabilidade de uma empresa, os governantes gaúchos estariam agora às voltas com um processo de falência. Como não é uma coisa nem outra, a tarefa de administrar o setor público gaúcho virou trabalho de malabaristas. Ou de mágicos.

A raiz do problema financeiro está no gasto com a folha de pagamentos de todos os servidores. Os contracheques dos funcionários absorvem R$ 52 de cada R$ 100 que entram nos cofres todo mês. Esse dinheiro acaba no bolso dos servidores em atividade, mas também pertence àqueles já aposentados, um contingente que não pára de crescer, agravando o desequilíbrio entre o gasto e a oferta de serviços públicos.

Os R$ 48 que sobram deveriam custear o funcionamento de todas as obrigações do Executivo, incluindo as delicadas e explosivas áreas de segurança, saúde e educação. Também deveriam ter condições de financiar a operação dos poderes Legislativo e Judiciário, além do Ministério Público – deveriam, mas não têm. Há sempre um pedágio no caminho de um Estado endividado.

Sucessivos governos recorreram ao improviso

O descontrole do passado gerou uma dívida com Brasília cujo pagamento mensal consome 14,7% do dinheiro que entra. Com funcionários e o débito, renegociado até 2028, já são R$ 66,70 daqueles R$ 100, e ainda falta colocar a máquina para funcionar no ritmo e com a força exigidos pela população…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/

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