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E agora? Denúncias de Bacci devem ser investigadas. Ou o ônus será da governadora

A governadora Yeda Crusius está atrás de um novo secretário de Segurança, depois da demissão do deputado federal Enio Bacci, do PDT. Consta que, após ter sondado (e até convidado) vários nomes, pelo menos dois deles pedetistas, a Chefe do Executivo se fixou num técnico – o Superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, que inclusive já atuou em Santa Maria e que, se aceitar, o que deve acontecer (ou não) hoje, tem garantida a liberação, pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.

 

Ontem à tarde, a governadora conversou com a interina, Ana Pelini, e os comandantes da Brigada Militar e Polícia Civil. Tudo para deixar claro que a polític de governo era a seguida por Bacci e que esta precisa continuar. Não deve ter dito, mas certamente sabe, que a atuação da secretaria de Segurança era a melhor avaliada pela opinião pública, como mostrou pesquisa feita pelo DataUlbra. E certamente recebeu o apoio de todos.

 

Mas há alguns fantasmas a assombrar esse período do governo de Yeda, no que toca à segurança pública. Afinal de contas, como já se prenunciava, Enio Bacci saiu atirando. E fez graves denúncias a respeito do seu setor, além de ter reclamado da “falta de respaldo” por parte do Palácio Piratini.

 

É verdade que o deputado não se utilizou mais da expressão “banda podre”, ao se referir aos policiais envolvidos no crime organizado. Mas indiretamente fez muita gente lembrar que denúncias semelhantes, ao tempo de Olívio Dutra, geraram uma polêmica CPI na Assembléia Legislativa, com gravíssimas acusações em relação àquele governo. E agora, ninguém fará nada? Será que Olívio e seu secretário José Paulo Bisol não tinham razão? O que mudou, de lá para cá. A sociedade bem que gostaria de saber, inclusive para absolver, também ela, os acusados.

 

Ok, ok. Isso pode ser apenas discurso de quem está magoado. Conceda-se. No entanto, e a acusação de Bacci, segundo o qual 17 postos de vigilância contratados com a empresa Pedrozo (como coloca Políbio Braga, em sua página na internet) a R$ 2 milhões por ano? E o contrato de R$ 5 milhões pagos anualmente para serviços de limpeza, em delegacias do interior e que foi mantido, “por ordem de Yeda”, segundo o secretário? Será que esses casos não merecem apuradíssima investigação?

 

Nessas alturas, e aí quem diz sou eu, esse tipo de denúncia é muito mais grave para a governadora Yeda Crusius do que a possível saída do PDT do governo, o que será decidido em reunião do Diretório Estadual da sigla, na próxima segunda-feira.

 

O Palácio Piratini precisa responder a essas questões, que se configuram, penso, na mais grave crise política gerada em pouco menos de quatro meses no poder. E que, é a impressão, somente eclodiu por pura vaidade ou ciúme. De parte a parte, diga-se.

 

SUGESTÕES DE LEITURAConfira aqui a reportagem “Bacci diz que faltou respaldo de Yeda no combate à corrupção na polícia”, assinada por Jefferson Curtinovi, e publicada no portal ClicRBS.

Aqui, você lê a nota “PDT reúne a executiva na segunda para decidir se sairá do governo”, também publicada pelo ClicRBS.

E vale a pena, meeeesmo, ler a reportagem “Banda podre da polícia volta a assombrar política no RS”, assinada por Marco Aurélio Weisheimer, e publicada na agência CartaMaior.

 

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