Economia. É fácil culpar Dólar a R$ 1,92. É o único jeito de esconder a própria incompetência
Está sobrando dinheiro no mercado internacional. E não apenas especulativo. Mas este adora um juro alto – e o do Brasil, de 12,5%, está pra lá de convidativo. Esse é um pedaço da história. Mas ajuda a explicar a desvalorização do Dólar. A moeda norte-americana apresentou, nesta quinta-feira, mais um recorde de baixa, valendo R$ 1,926 Reais.
É uma choradeira e tanto em pelo menos um setor da economia. Aquele que reúne os exportadores. Claro que são, como regra (há, sim, as exceções existem), os menos eficientes ou que não conseguiram se planejar o suficiente – vamos conceder.
A realidade é que não consigo, embora seja um (quase) neófito em macroeconomia, vislumbrar apenas na queda do Dólar, ou no câmbio supostamente defasado, a causa para que algumas exportadoras quebrem, como aconteceu esta semana com uma indústria calçadista. Que, no entanto, decidiu investir em outros negócios, mais rentáveis.
A banca paga e recebe. Essa é a realidade. Nos tempos de vacas gordas, se investe para o futuro. E não se esbanja, perdulariamente. É regra básica. Agora, é a choradeira em relação ao Dólar. No entanto, a indústria do aço, por exemplo, que exporta muito, resolveu aumentar o produto para o mercado interno. Resultado? Simples, o governo zerou a taxa de importação, como informa o jornalista Políbio Braga, em sua página na internet. Ele, por sinal, que embarcou (ou foi cooptado, não sei) na canoa do Real supervalorizado.
O fato é que a (macro)economia brasileira nunca esteve tão bem, nos últimos 30 anos. E não sou eu que falo. O Dólar desvalorizado, no caso, deve ser uma mera coincidência. Se bem que não acredito. E você?
SUGESTÕES DE LEITURA – leia aqui a reportagem Dólar fecha maio no menor nível desde novembro de 2000, publicada pelo site de economia Invertia, com informações da agência britânica Reuters.
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