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Bloco de Esquerda. Difícil, mas possível, em vários locais. Na boca do monte, só com adesões

O chamado “Bloco de Esquerda” começou a se formar em meados de dezembro passado, no âmbito da Câmara dos Deputados. Se reuniram em torno da candidatura do comunista do B, Aldo Rebelo, para a presidência da Casa. Reunia, além do PC do B, também PDT e PSB, como forças expressivas – embora numericamente limitadas.

 

Depois, com o início da legislatura, e embora (ou talvez por isso) a derrota para Arlindo Chinaglia, do PT, na eleição para a Mesa da Câmara, o grupo do BE cresceu em postura. E ainda que a quantidade de parlamentares não seja exatamente decisiva, passou a exercer papel importante, na base de apoio ao governo. Ou, mais exatamente, a Lula.

 

Agora, o lance mais ousado: a tentativa de unir-se, tanto quanto possível e na maior quantidade de comunas, especialmente as capitais e as maiores, no pleito municipal de 2008. O objetivo: consolidar-se como ator importante na sucessão de Lula, dois anos depois.

 

O lado bom, na perspectiva do Bloco de Esquerda: os partidos são ideologicamente sólidos, têm, somados (separados, não), inserção nacional. E quadros qualificados para tentar vencer em vários locais do País.

 

O lado ruim, embora o paradoxo, é exatamente o mesmo. Sua convergência e penetração nacional vêm acompanhadas de uma porção de nomes, não poucos colidindo em nível local. Só para ficar em Porto Alegre (confira, mais abaixo, a sugestão de leitura), a parte a boa relação com os petistas ostentadas por PSB e PC do B, são três possíveis (e fortes) pretendentes à Prefeitura: o socialista Beto Albuquerque, a comunista do B Manuela D’Ávila e o pedetista Vieira da Cunha. Como resolver essa “fartura”? Talvez se dispersando e, no caso de Manuela, fechando com o petismo.

 

E, em Santa Maria? Bem, aqui, tanto PC do B quanto PSB até gostariam (e brigam por isso) de descolar-se do PT. Falta-lhes, porém, duas coisas: densidade política local, representada por um grupo tão numeroso quanto possível para bancar uma campanha eleitoral, e, especialmente, nomes capazes de galvanizar a militância – e, subsidiariamente, ter apoios extra-partidários capazes de sustentar financeiramente a batalha. Resolvido isso, o que não é pouco, mas pode começar com uma adesão de peso – a tentativa de cooptar Werner Rempel, pelo PSB, é sinal de esforço nesse sentido.

 

Sem isso, o Bloco de Esquerda não prospera na boca do monte. Além do que já está desfalcado do PDT – este deve mesmo seguir aliado ao PT, na Frente Popular Trabalhista. Há, claro, nítidas dissensões no pedetismo. Ao que tudo indica, porém, minoritárias. Algo, sempre é bom ressalvar, a ser confirmado – ou não, por convenção interna.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira o artigo“Bloco de Esquerda terá dificuldades para montar as chapas de 2008”, de Helena Chagas, na coluna “Descomplicando a política”, do Jornal de Brasília.

 

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