Eleições 2008. Que tal Pimenta e Schirmer juntos? Não? Pois é, mas o Lula imagina isso
Ok, ok, forcei um pouco a barra. Mas nem tanto. Os políticos, afinal, têm que pensar estrategicamente. Elaboram suas táticas imaginando o futuro mais distante possível. E trabalham para que elas funcionem, de forma a que o objetivo final seja alcançado.
Não há dúvida alguma (nem mesmo entre seus adversários) que Luiz Inácio Lula da Silva seja, hoje, o mais bem-sucedido de todos os atores políticos nacionais. Pode-se (ah, pode-se) discutir métodos. Ou contrapor argumentos sociológicos. Ou até destilar rancores. É da alma humana. Ou da natureza idem, como diria o saudoso Joel Abílio Pinto dos Santos. Mas o sucesso lulista é fato incontestável.
Daí porque é lícito pensar que ele queira manter viva a possibilidade de voltar à Presidência da República em 2014 (se a data não for mudada), quatro anos após deixar o cargo no qual terá permanecido oito anos. Terá 68, idade suficiente. Se Fernando Henrique Cardoso, quase uma década mais vivida, imagina isso, por que não Lula?
É, portanto, o objetivo estratégico do ex-metalúrgico. E aí entra a tática. Ou as táticas. O segundo movimento do jogo é tentar eleger o sucessor, em 2010. De preferência alguém que o apóie quatro anos depois. Pode ser do PT. Preferencialmente. Mas não é obrigatório. Afinal, o governo de coalizão precisa ser testado.
Quem disse, por exemplo, que Nelson Jobim não pode ser o nome? É do PMDB, como se sabe. Que faz parte do governo – apesar do João Carlos Maciel não entender desta forma. Mas também, se o nosso bravo radialista-edil fala de Evandro Behr como o melhor prefeito dos últimos 30 anos (o que não é opinião só dele) sem ter estado na boca do monte na época, pode dizer qualquer coisa.
Voltando ao Jobim. Por que não? Quem sabe. Mas isso é 2010, quando Dilma Rousseff (que é do PT) talvez esteja robustecida como gerente do PAC. Ou Tarso Genro der um jeito na segurança pública, com a Polícia Federal a toda. Tudo é possível. Mas esse é o segundo movimento. Antes, claro, há o primeiro. E este se dá ano que vem. 2008, eleições municipais.
Pensa o Presidente em testar a coalizão. É isso mesmo. Propor que os aliados marchem, na medida do possível, juntos, na maior quantidade possível de comunas deste país. E aí, fortes, se unam de vez para o passo seguinte, em 2010.
É onde entram os valorosos deputados federais da boca do monte. Paulo Pimenta, PT, e Cezar Schirmer, PMDB, são candidatos a suceder o petista Valdeci Oliveira. E são adversários ferrenhos. Ou nem tanto. Os partidos é que são. Que tal se unirem e derrotarem qualquer adversário.
Até as pedras sabem que o páreo já teria sido corrido, se ambos estivessem juntos. Um apoiando o outro; ou outro apoiando o um. Mas as sábias pedras também têm convenção de que isso é impossível, dada a rivalidade local, entre as siglas que, inclusive em número de militantes, como mostrou reportagem de Priscila Abrantes, na edição de anteontem, do jornal A Razão.
Então, vamos combinar o seguinte: Lula até pode obter êxito. PT e PMDB podem ficar juntos em muitos locais. Exceto em boa parte do Rio Grande do Sul, Santa Maria incluída. No máximo (e alguém crê nisso) uma campanha civilizada e sem ataques mútuos. E já estará de bom tamanho.
Ou você acredita que seja possível, na boca do monte, um acordo entre petistas e peemedebistas? Bem, talvez você também creia em Papai Noel. Daí…
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