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Viver a vida – por Daniel Arruda Coronel

A Santa Maria, que já foi um dos maiores polos ferroviários do país nas décadas de 1930 a 1950, que tem um dos maiores continentes militares do Brasil, que, na década de 1960, foi a primeira cidade do interior do país a ter uma Universidade Federal, possibilitando que a cidade fosse conhecida nacionalmente como um polo educacional, enfim uma cidade que é motivo de orgulho e honra para seus mais de 250 mil habitantes, desde o dia 27 de janeiro está em luto, pois quase 240 vidas foram perdidas de uma maneira horrorosa e trágica, fruto de ganância, irresponsabilidade, e, principalmente, de uma “praga” que vem desde a colonização  e que já foi objeto de estudo nas Ciências Sociais, ou seja, o jeitinho, o qual impede que se tenha um poder público cumpridor de seus deveres, que observe e faça cumprir as leis, doa a quem doer.

Por todos estes fatores é que muitos pais não vão poder dar um abraço em seus filhos, não vão poder dizer que os amam, não vão poder dizer, com orgulho no peito, que seus filhos são estudantes da gloriosa UFSM, a qual perdeu vários de seus alunos, os quais poderiam ser promissores profissionais em suas áreas de atuação.

Além de tudo isso, é lamentável que crianças tenham que crescer sem ter seus pais, tios e irmãos por perto, que jovens que estavam tendo sua primeira experiência amorosa e tinham sonhos, projetos e esperanças em um futuro melhor tenham melancolicamente acabado em frações de minutos.

Qual a explicação para isso? Poder-se-ia ficar horas e horas e com certeza não haverá uma resposta racional que explique o porquê disso. Nada vai ser capaz de curar essa triste dor no coração enlutado da nossa Santa Maria, só mesmo o tempo. Mas ações devem ser realizadas para que nunca mais isto ocorra não apenas em Santa Maria, mas em todo o país e, para isso, é fundamental que a justiça seja feita, com penas exemplares e rigorosas, a quem de direito for culpado por este verdadeiro genocídio humano.

Somente com o passar dos anos é que nossa cidade vai se recuperar desta perda, mas, mesmo neste momento de dor, esta cidade deu uma lição ao mundo, pois, em poucos minutos após esta tragédia, formou-se uma grande rede humana de solidariedade e amor, jamais vista até então, o que foi fundamental para que mais perdas não tivessem ocorrido.

Enfim, um dia esta cidade vai voltar a sorrir, não vai ser fácil e vai demorar muito, mas esperamos contar com a bênção e proteção da Medianeira de Todas as Graças e, mais do que nunca, são pertinentes as palavras do saudoso Dom Helder Câmara: “Não, não pares. É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa, manter o ritmo… Mas a graça das graças é não DESISTIR. Podendo ou não podendo, caindo embora aos pedaços chegar até o fim…”

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