Reforma política. Todos defendem. Mas quem tem poder para fazer, prefere deixar assim mesmo
Outro dia, um amigo – candidato a vereador – se queixava do jeito como se comporta o partido dele. Que tem uma posição aqui, outra ali, uma terceira acolá. Ao sabor da conveniência do momento, ou da geografia. É, convenhamos, o comportamento padrão, com raríssimas exceções (não lembro de nenhuma, agora), dos partidos políticos brasileiros. E que se expressa, obviamente, no comportamento dos eleitos para, por exemplo, o parlamento, em todos os níveis.
Pois é. Esse meu amigo mesmo (tanto que penso até em votar nele para a vereança, ano que vem) era contra a votação em listas, quando o tema foi discutido na Câmara dos Deputados, em meados de junho/julho. Veja a contradição: tudo bem, em tese; mas, na prática, a proposta enfraquece nomes como o dele, que é forte, mas seria sabe-se que lá o número na lista da dita agremiação, em 2008.
E é assim. Na teoria, todos concordam. Na prática, vale a própria conveniência. E a possibilidade de ficar trocando de sigla conforme os ventos. Por essas e outras, não se aprova nada minimamente aceitável em termos de mudança da legislação eleitoral.
E fica-se no discurso. Como o feito, neste final de semana, em congresso constitucionalista na capital paulista. Doutos como atuais e ex-ministros do Supremo, inclusive o gaúcho Paulo Brossard, defendem, para exemplificar, o voto distrital misto. Não será implantado. Por quê? Ora, não interessa a quem está no Congresso. Logo, por que aprovariam algo que não lhes convém.
É isso. Simples assim. E ponto – como diria o ministro da Defesa Nelson Jobim, quando quer encerrar um papo.
Ah, em tempo: o amigo a que referi neste texto está no mesmo partido desde sempre. E, que eu saiba, não pretende mudar.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira a reportagem Reforma política – Brasil precisa de novo sistema eleitoral, dizem ministros, por Priscyla Costa, na revista Consultor Jurídico.
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