Que espetáculo!!! Dois pop-stars do jornalismo se digladiam. Onde? Na frente de uma juiza
De um lado, tchan-tchan-tchan, o experimentado jornalista Paulo Henrique Amorim. Atualmente na Rede Record de TV e editor do site Conversa Afiada. E que trabalhou em praticamente todos os grandes da mídia nacional, a começar pela TV Globo. E que foi uma das estrelas da Veja, quando esta era uma revista.
De outro lado, uau!, o escritor e colunista Diogo Mainardi. Que escreve há muitos anos na Veja e é também polemista no programa Manhattan Connection, transmitido pelo canal pago GNT. E que é também escritor – sua última obra, com textos publicados na revista, é, anote só, Lula é minha anta.
No meio, uma juíza que buscava a conciliação entre ambos, depois que o primeiro processou o segundo, e gostaria de pô-lo na cadeia. E na platéia, o distinto público. Ah, e nos bastidores, assistindo tudo, Rodrigo Haidar. É dele, que é jornalista, a crônica desse encontro nos tribunais entre dois dos maiores nomes da imprensa brasileira. Confira (e se divirta com) o resultado:
Opinião e fato – Amorim acha que Mainardi devia, mas não vai para a cadeia
Perdi! Não vou conseguir metê-lo na cadeia! A frase foi dita pelo jornalista Paulo Henrique Amorim ao sair da sala de audiências da 1ª Vara Criminal do Fórum de Pinheiros, em São Paulo. Amorim, blogueiro do portal iG e animador de programas da TV Record, queria colocar na cadeia o colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, porque este escreveu que ele, na fase descendente de sua carreira, foi contratado pelo portal iG por R$ 80 mil e se engajou pessoalmente na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dantas.
Paulo Henrique Amorim e Diogo Mainardi compareceram nesta segunda-feira (17/12) ao Fórum de Pinheiros na primeira audiência do processo criminal que o primeiro move contra o segundo por injúria e difamação. A avaliação de Amorim sobre o possível desfecho da causa é calcada em seu próprio comportamento em Juízo. Na audiência, comandada pela juíza Aparecida Angélica Correia Nagao, Amorim rejeitou qualquer tentativa de acordo e se alterou em diversas ocasiões nos cerca de 30 minutos em que a juíza tentou, em vão, compor as partes.
No tribunal, os dois jornalistas interpretaram papéis trocados. Amorim tentou demonstrar que já não tem a credibilidade que teve um dia e que a culpa disso é de Mainardi, a seu ver, um dos jornalistas mais influentes do país. O colunista de Veja, por sua vez, tentou evidenciar que o prestígio do colega é o mesmo de sempre e que se projeta pelo seu salário: Amorim disse que ganha cinco vezes mais que o colega em apenas uma das atividades.
A senhora confiaria em um jornalista que escreve a soldo? Em um jornalista filiado a um partido político? Ele escreveu que eu trabalho a soldo, por interesses comerciais, repetia Paulo Henrique Amorim, demonstrando inconformismo com o texto de Mainardi. O jornalista insistiu na tese de que perdeu credibilidade em razão da coluna publicada em setembro de 2006 na Veja. A senhora não deve acreditar no que eu escrevo porque eu sou um jornalista sem credibilidade. Não sei por que a senhora me ouve, disse à juíza.
Separados por uma cadeira na qual estava sentada a advogada Maria Cecília Lima Pizzo, Amorim e Mainardi trocaram acusações, ofensas e filosofaram sobre o que é fato e o que é opinião. Como se estivessem em um talk-show, discorreram sobre as intenções de quem escreve uma notícia com o intuito de ofender pessoas ou simplesmente de narrar fatos foi a batalha do animus injuriandi versus o animus narrandi. A discussão entre os dois, tendo como moderadora a juíza, durou quase meia hora, praticamente toda a primeira parte da audiência,
Eu não o processo quando você me chama de caluniador e fascista em seu blog, disse Mainardi a Amorim. Ou a minha credibilidade não é atingida quando você escreve que eu sou fascista?, questionou. Mas isso é opinião, não matéria de fato, respondeu Amorim. Então, o que você diz é opinião e o que eu digo é fato? Ok, assino embaixo, ironizou Mainardi.
A juíza perguntava a Amorim: O senhor acredita que um artigo pode abalar sua credibilidade? Que o texto mudou a opinião que o público do senhor tem a seu respeito?. Apaziguadora, a juíza indicava uma possível saída conciliatória. Sem sucesso…
SUGESTÃO DE LEITURA – acesse aqui para ler a íntegra da reportagem. Aliás, uma verdadeira aula, penso (nem tão) modestamente.
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