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Operação Rodin. Dois meses depois, apreensões “invisíveis” ainda pairam sobre Santa Maria

Há exatamente dois meses, os jornais da cidade e também os estaduais que por aqui circulam esgotaram suas edições. Não ficou um exemplar para contar a história – mas há muitos bem guardados nos arquivos particulares de uns e outros. Por quê? No dia anterior, 6 de novembro, Santa Maria viveu momentos de muita emoção, digamos assim.

 

Mais de 200 policiais federais, com a parceria do Ministério Público Federal e devidamente autorizados pela Justiça Federal, cumpriam dezenas de mandados de busca e apreensão. E mais: prendiam provisoriamente (para alguns, menos, para outros mais de 5 dias) figuras muito conhecidas na cidade e no Estado, a maioria da área educacional, várias delas com relevância política recente ou nem tanto. Entre elas, para exemplificar, o próprio presidente da Comissão Permanente de Vestibular da UFSM, há uma década no cargo, Dario Trevisan de Almeida.

 

Se iniciava, aos olhos do público, a Operação Rodin – nome escolhido a dedo pois, supostamente, o pensador francês fazia alusão a uma das empresas envolvidas na falcatrua que lesou o erário público em aproximadamente R$ 40 milhões. No caso, a Pensant – que tem como seu principal controlador o professor José Antonio Fernandes, figura notória no PDT e ex-pró-reitor da UFSM, e com muitos amigos na cidade.

 

Era a chamada “Fraude do Detran”, que envolvia diretamente a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência e também a Fundae, ambas organizações vinculadas diretamente à Universidade Federal. O ex-reitor, Paulo Sarkis, até mesmo foi alvo inclusive do boato que teria sido detido. Não foi. Apenas, e só 45 dias depois, prestou depoimento á Polícia Federal.

 

Não há dúvida: a Operação Rodin foi o acontecimento de 2007, em Santa Maria. E, pela amplitude política (figurões do PP, notadamente, e do PSDB, secundariamente, também foram envolvidos), com estrondo estadual. Mesmo agora, fechando dois meses, as informações que se têm ainda são muito difusas. A Polícia Federal ainda não concluiu o inquérito. Segue tratando do caso, sempre sob as vistas do Ministério Público, e estima-se que não demora o encerramento do trabalho.

 

Se sabe, porém, que deverão ser indiciadas dezenas de pessoas. E algumas ainda podem ser ouvidas. Outras tantas não são nominadas publicamente. Mas um fato é possível sustentar: há grandes temores. Na área política local e estadual inclusive. São apreensões “invisíveis”, mas bastante notadas. Embora jamais explicitadas. E todo mundo que, um dia, teve ligação especialmente com a Fatec, demonstra preocupação. Reservadamente, claro.

 

Apenas depois que a Polícia Federal concluir o inquérito e o enviar a Justiça, será possível medir exatamente o estrago nas relações entre pessoas e instituições. E, destas, para com a sociedade. Antes, só rumores. Aos quais ninguém dá guarida. Pelo menos os que têm mínima responsabilidade.

 

 

EM TEMPO: a Operação Rodin trouxe um efeito subsidiário importante. Pelo menos para este (nem sempre) humilde espaço de internet. O noticiário a respeito garantiu a maior audiência do segundo semestre de 2007. E pelo menos três notas específicas, lembradas na retrospectiva que publiquei nos primeiros dias do ano passado e no primeiro deste, foram as mais lidas do mês. Elas trazem, se não detalhes precisos, ao menos a sensação do que aconteceu naqueles dias de novembro. Para conferir bem de perto, releia aqui, aqui e aqui.

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