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”Dossiê” dos cartões. De onde saíram os dados, é sabido. Mas, por que o governo faria isso?

A “revista” Veja e o jornal Folha de São Paulo garantem que o dossiê dos cartões saiu da Casa Civil do governo Lula. E produziram reportagens a respeito, criando (ou tentando criar) uma crise política oferecendo municão à oposição. No entanto, bem, desconfiar não custa nada. Até faz bem à cabeça. Fico, a propósito, com a insuspeita opinião do ombudsman da FSP, Mário Magalhães. Ele está dentro do jornal. E faz seus questionamentos. Confira você mesmo. E pense, como sempre. A seguir:

“Um dossiê e muitas incertezas

Um dossiê (ou relatório ou “fragmentos da base de dados”, como prefere a Casa Civil) sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher, Ruth, e antigos ministros foi produzido no Palácio do Planalto e vazado de forma ilegal.

Tão escancaradamente ilegal que foi constituída pelo governo uma “comissão de sindicância para apurar o episódio”. Oficialmente, busca-se culpado(s).

A origem das informações, processadas na Casa Civil, é inequívoca, reconhecida inclusive pelo governo.

A essa altura, mais ninguém questiona a autenticidade das informações sobre gastos contidas nas 13 páginas. No domingo, a Folha demonstrou que “o relatório mostra a seleção de informações bastante diferentes do padrão de dados lançados no Suprim [‘sistema de controle de suprimento de fundos da Presidência’] e estranhas a um trabalho definido como um ‘instrumento de gestão’, sem viés político”.

Hoje os jornais reafirmam que, ao contrário do que afirma Dilma, não houve pedido do TCU para produzir o levantamento sobre FHC ou algo que desse base à investigação.

A existência do dossiê/relatório de 13 páginas foi revelada pela revista Veja no fim de semana retrasado.

Na sexta passada, a Folha manchetou “Braço direito de Dilma montou dossiê”.

O jornal não apresentou provas contra Erenice Alves Guerra, principal assessora da ministra Dilma Rousseff.

Não que a informação, necessariamente, esteja errada. Quem leu a reportagem, contudo, não teve acesso a evidência de que esteja correta a versão do jornal.

A Folha descreveu uma reunião com membros da administração para criar “uma força-tarefa encarregada de desarquivar documentos referentes aos gastos do governo anterior a partir da rubrica suprimento de fundos, que incluiu cartões corporativos e contas ‘tipo B'”.

Nota oficial da Casa Civil afirma que tal reunião, “para organizar uma força-tarefa para produzir o chamado dossiê”, nunca ocorreu.

A Folha também não comprovou a realização da reunião.

O jornal não afirmou que o dossiê foi utilizado para chantagear membros da oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Fez bem. Um dos aspectos intrigantes do caso é que o dossiê é incapaz de constranger FHC. Chefe de um governo em que se acumularam escândalos de grande monta, em especial nas privatizações, o ex-presidente não se sai mal das 13 páginas. Se tudo o que os governistas têm contra ele for aquilo…

Ou seja: como fazer chantagem contra alguém e seus aliados com informações que não causam dano ao chantageado?…”

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo ”Um dossiê e muitas incertezas”, de Mário Magalhães, ombudsman da Folha de São Paulo.

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