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Observatório. Em arquivo único, confira agora a íntegra da coluna deste sábado, 19 de julho

“NINGUÉM GASTA PÓLVORA EM CHIMANGO”

 

 

PODE ANOTAR: a campanha eleitoral começa a esquentar. Mas a temperatura se elevará meeeesmo só em agosto. Ninguém quer gastar pólvora em chimango, dado o entendimento que há tempo de sobra e troco de menos.

 

 

                       

“SERÁ A OPERAÇÃO RODIN PESADELO ETERNO?”

 

 

No início desta semana, separadas por 24 horas, duas medidas judiciais (das Justiças Estadual e Federal) atingiram em cheio o “moral” da Universidade Federal de Santa Maria. Foram bloqueados os bens e (principalmente) as contas bancárias de vários santa-marienses e da Fundae e da Fatec.

 

Com o que, a menos que medida em sentido contrário seja tomada, um sem número de projetos de extensão, inclusive envolvendo a saúde da população mais pobre, fica comprometido. Fala-se em 400, no total. Tudo é reflexo das investigações e, no caso da área federal, do processo, decorrentes da Operação Rodin, que desvendou a fraude no Detran/RS.

 

O diabo, com o perdão pelo termo, é que uma meia dúzia de escroques está complicando a imagem da instituição e, daqui a pouquinho, vai inviabilizar uma quantidade imensa de ações científicas e sociais da maior relevância.

 

E, o pior: ainda que se imagine possível tratar caso a caso, o consumo de tempo é tamanho e tão contínuo que seria imprudente duvidar de uma duradoura conseqüência dos atos agora desvendados. Coisa para uma geração. Ou até mais.

 

 

“INSTITUTO FARROUPILHA; EDUCAÇÃO EM ALTA”

 

 

Decisão política do Presidente da República e do Ministério da Educação traz indiscutíveis ganhos para o ensino como um todo e para Santa Maria de forma particular.

 

Trata-se, de um lado, da implantação de mais de 300 escolas técnicas em todo o país, quase 20 delas no Rio Grande. E de outro, a boca do monte se beneficia com a instalação, aqui, da gestão, inclusive com a reitoria (o que levará à criação de dezenas de empregos diretos), do Instituto Federal Farroupilha, um dos 38 criados em projeto assinado por Lula, na quarta-feira, dia 16.

 

O IFF vai gerir sete escolas técnicas em cidades diferentes do centro-oeste gaúcho. Quatro já existentes (Júlio de Castilhos, São Vicente do Sul, Alegrete e Santo Augusto) e três a ser implantadas (São Borja, Santa Rosa e Panambi).

 

Aliás, já se iniciam as gestões junto ao prefeito Valdeci Oliveira, em busca de um terreno para construção do prédio da reitoria. E é coisa pra logo, mostrando que a Educação é, cada vez mais, a vocação santa-mariense.

 

 

 “JURISTAS ELEITORAIS EM MOMENTO GLORIOSO”

 

 

Com a exacerbada demanda de ações judiciais, nem bem iniciou a campanha eleitoral, as principais alianças formadas para a disputa do pleito de outubro, serão obrigadas a reforçar uma área importante, a das assessorias jurídicas.

 

Isso não é informação, mas dedução. Afinal, se isso ainda não ocorre hoje, pode anotar: sobrará trabalho para advogados com especialização em direito eleitoral.

 

 

 

 “UM ENCRENCADO, OUTRO APOSENTADO. E O TERCEIRO, ONDE ANDARÁ ELE?!”

 

 

A seção “Não custa lembrar”

 

 

Em 18 de janeiro de 2003:

 

 

“* João Luiz Vargas disse a A Razão que admite a possibilidade de concorrer a deputado federal em 2006. O que, em tese, facilitaria uma eleição de Vicente Paulo Bisogno à Assembléia.

 

* O que o parlamentar não contou (nem poderia) é que o mais provável é que não seja candidato. Como a coluna já antecipou, muito antes do próximo pleito, João Luiz deverá estar no Tribunal de Contas do Estado.

 

* Há petistas descontentes com a nomeação do presidente do partido, Fernando Pigatto para a chefia de Gabinete do futuro deputado estadual Fabiano Pereira

 

 

Hoje:

 

Passaram exatos 5 anos e meio, mais um dia, da publicação das notas acima. As primeiras na falecida seção “Visor”; a última na “Luneta”. E onde estão as personagens retratadas, então em evidência na política local e/ou estadual? Vargas foi mesmo para o TCE, que hoje preside e é acossado por suspeitas, com contratempos a partir da Operação Rodin. Bisogno foi mesmo candidato a deputado, mas a federal e agora se mandou da política. Já Pigatto não está nem mesmo em Santa Maria, ao que se sabe. E também largou as lides partidárias. Eitcha mundão esse, não?

 

 

“OS ENROSCOS DO PDT E DO PPS SÃO PARECIDOS. MAS O EFEITO É DIFERENTE”

 

 

A seção “Luneta”

 

 

Como você já leu aqui, a demagogia não conhece limites. A Câmara mostrou isso (de novo) nesta semana, ao aprovar projeto que até as pedras sabem ser inconstitucional.

 

A pretexto de ajudar aposentados carentes, aprovou-se renúncia fiscal cuja iniciativa só cabe ao Executivo. Que deverá vetar o projeto. Enquanto isso, o candidato à reeleição desfilará como protetor dos oprimidos.

 

É evidente que a Justiça confirmará a impropriedade da lei – como já ocorreu em projetos semelhantes, inclusive do mesmo autor. Até lá, alguns votinhos estarão garantidos.

 

Quem é o edil? Não te preocupa. Logo, logo você receberá um santinho em que ele  constará, claaaro, como o “pai” dos aposentados carentes.

 

No dia da votação, três vereadores estavam ausentes. Dos 11 restantes, só um, o Presidente do Legislativo, votou contra. Deve estar sendo olhado de lado, aliás.

 

A TV Câmara deixará de veicular os discursos dos edis. Mas a medida não vale para a discussão de projetos, o que também comporta falas dos parlamentares. Quer dizer, continuarão em vantagem em relação aos outros concorrentes em outubro.

 

Enroscos internos movimentam duas siglas (mais ou menos) relevantes da cidade. Uma, o já notório PDT; outra, o ex-comunista PPS.

 

A natureza dos bafafás é a mesma: a disputa pelo controle político e as vantagens decorrentes da vitória interna. Mas o efeito é diverso, considerando-se a conjuntura.

 

O confronto intestino dos pedetistas redundará, ou não, em perda para um lado da disputa eleitoral e o conseqüente ganho do outro

 

Já no ex-comunismo a luta fraticida não implicará, até prova em contrário, em mudança na aliança que os dois grupos apóiam. Isso, claro, em tese. Na prática…

 

Marcelo Bisogno tem dito que será candidato à Assembléia em 2010. E que fará dobradinha, em Santa Maria, com o ruralista e executivo na mídia eletrônica, Afonso Mota.

 

Aliás, independente de qualquer decisão judicial, a direção do PDT/RS só pretende intervir na seção santa-mariense da sigla após as eleições.

 

Seria um fordunço ainda maior (e contraproducente) se fizesse isso neste momento, é a avaliação dos dirigentes estaduais.

 

Você também pode encontrar este colunista diariamente às 7h45, e ao meio dia, na rádio Antena 1; e a qualquer momento no site www.claudemirpereira.com.br.

 

 

 

 “AMOSTRA NÃO É SEQUER RAZOÁVEL. MAS AINDA HÁ MUITO TEMPO PELA FRENTE”

 

 

Observatório desconhece, em função do justificado prazo industrial para fechamento da coluna, o resultado do debate ocorrido na noite desta sexta. O primeiro desta campanha, promovido por A Razão e rádio Santamariense, que o transmitiu. Mas o repórter não perde a esperança, e espera ardentemente que tenham sido explicitadas com clareza as propostas (todas grandiosas) e, sobretudo, a forma de torná-las viáveis.

 

A amostra, até este momento, não é sequer razoável. O que existe, em vez de programas factíveis, são apenas declarações de intenções. Louváveis, todas. Mas, para isso, não precisa equipe. Basta um bom redator, dotado de imaginação.

 

Que o debate tenha servido para se avançar. Ou, então, o jeito é aguardar. Afinal, ainda restarão dois meses e meio até que o voto seja “teclado” na urna eletrônica.

 

 

“A DURÍSSIMA TAREFA DOS DESAFIANTES”

 

 

Com regalias que têm,

vantagem dos atuais

edis beira a humilhação

 

 

Entre julho e outubro, os vereadores santa-marienses não se reúnem mais ordinariamente às terças e quintas à tarde. Nos mesmos dias, mas de manhã. O período vespertino é, nesta época, inteiramente dedicado à campanha pela reeleição. Isso vale, claro, para 13 dos 14 edis. Só um, Jorge Pozzobom, não tentará novo mandato.

 

Os atuais parlamentares, que contam com subsídio mensal de R$ 5.800, se dedicam em tempo pra lá de parcial à tarefa integral para a qual foram eleitos por quatro anos – e não três anos e nove meses. Ah, e nesse trimestre, afora o troco, também contam com cotas inalteradas de telefone e combustível. No último item, aliás, numa inteligente (esperta?) medida, aliás denunciada à época por esta coluna, podem ter acumulado ao longo do ano, de forma a garantir suprimento maior exatamente agora.

 

Mais uma? Enquanto os mortais comuns são confinados ao anonimato pela mídia, os detentores atuais das cadeiras no Legislativo continuam serelepes a aparecer na TV Câmara. Seja nas sessões ordinárias ou em reuniões de comissões. E mais: em tese, não estão proibidos de dar entrevista sobre temas específicos da função. Isso só não ocorre por pudor (ou cautela) das emissoras comerciais.

 

Dito isto, parece bastante clara a vantagem que ostentam os atuais vereadores sobre os outros 100 que correm atrás do voto popular. E tudo de acordo com a lei, até entendimento em contrário.

 

Assim, cá entre nós, se houver meeeesmo renovação no parlamento municipal, com toda essa “luz” com que largam na campanha, ficará (ainda mais) evidente a reprovação social ao trabalho dos atuais edis.

 

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