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Muito oportuno. Afinal, morreu a crítica na universidade? Sedufsm promove a chance de debater

A Seção Sindical dos Docentes da UFSM chegou aos 19 anos e não foi de graça. Uma das razões, a mais óbvia, é a representação democrática dos professores da instituição. Com todo o direito (e o dever) do contraditório, o que é fundamental. Outra é menos visível, mas não menos importante: o debate de questões que atingem diretamente a universidade e sua própria razão de ser.

 

Exemplo? Acompanhe o material distribuído aos veículos de comunicação, pela assessoria de imprensa da entidade. Os integrantes do setor são Fritz Nunes e Regina Vogt, que assinam o texto abaixo:

 

“SEDUFSM realiza debate sobre a “morte  da crítica” na universidade

 

A universidade crítica está morrendo? Essa questão deverá ser respondida ou, no mínimo, analisada pelo professor de sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Edmundo Fernandes Dias (foto), na próxima terça, 18 de novembro, a partir das 9h, no Auditório Gulerpe, campus da UFSM. A atividade faz parte da programação de 19 anos da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM), comemorados no  último dia 7 de novembro. Participam ainda da mesa de debates, o professor Adriano Figueiró, do departamento de Geociências da UFSM, que será o comentarista; e o professor Rondon de Castro, do departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, que será o coordenador.

Diante da polêmica envolvendo o tema, foram ouvidas algumas opiniões a respeito. Afinal, a crítica na universidade está realmente morrendo?

   

Para o professor do curso de História, Diorge Konrad, a universidade quando foi criada, não era crítica por excelência. Ela teve ao longo do tempo momentos de mais ou menos criticidade. Mas, dizer que a universidade crítica está morrendo é um exagero. A universidade não tem o papel de mudar o mundo por si. Mesmo diante da crise sempre há locais de resistência dentro da universidade.

 

Na avaliação do professor do departamento de Geociências, Carlos Pires, a tese da “morte da crítica” na universidade é verdadeira. Segundo ele, “a universidade tem sido estimulada a sair de cena. Ela tornou-se um espaço de competição e disputa, principalmente por financiamentos para pesquisa”.

 

Maristela Souza, docente do departamento de Desportos Individuais, acredita que há dois projetos conflitantes no interior da universidade. “Um que expressa a sociedade conservadora e outro que expressa uma sociedade crítica. Atualmente, a universidade vive um momento acrítico. A lógica que impera é a do individualismo. A forma como os acadêmicos recebem o conhecimento é passivo e acrítico. A produção de conhecimento é feita para satisfazer o mercado. Mas, acho que estamos caminhando em direção a uma universidade crítica novamente”.

 

O professor do departamento de Música, Oscar Daniel Morales,  discorda que a universidade crítica esteja morrendo. Para ele, “um dos papéis da universidade é trabalhar e refletir sobre as mudanças que estão ocorrendo. A universidade precisa também se adaptar ao que a sociedade pensa e acompanhar as mudanças. Se não mantivermos a crítica não temos chances de mudança. Em alguns momentos nos acomodamos, mas a universidade nunca pode deixar de ser crítica”.

 

Docente da área de Educação Física, o professor José Francisco Silva Dias, que também responde pela pró-reitoria de Assuntos Estudantis, não acredita que a universidade crítica esteja morrendo. Para Dias, “o que talvez estejamos assistindo, ou melhor, sentindo, é um princípio de algo que podemos denominar de medo. Aí podemos perguntar: medo de quê? Os militares já saíram do poder. Mas quem ou o quê assusta? Talvez, assuste a facilidade com que rasgaram algumas bandeiras em troca de alguns favores. Favores são tão fáceis, tão corrosivos e tão cretinos! Mas, não acho que a universidade crítica esteja morrendo”.

 

Para o professor do Centro de Educação, Clovis Guterres, “após o golpe militar de 1964 foi implantado um modelo americano de universidade (no Brasil) no qual a crítica foi sufocada. Na retomada pós-ditadura, mais especificamente a partir de 2003, a reforma discutida para a universidade brasileira é chamada de contra-reforma (em relação aos anos anteriores à ditadura) pois é tida como conservadora. Atualmente, a universidade é apenas tecnológica e funcional e assim se perdeu um pouco da consciência política transformadora”.

   

O debate está em aberto. A continuidade dele se dará na próxima terça, 18, às 9h, no Gulerpe.”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.

 

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