Eleições 2010

ELEIÇÕES 2010. Os tucanos e seu eterno dilema: que discurso fazer para vencer Dilma

É um tema interessante. Não sei até que ponto vai influenciar ou não a campanha eleitoral. Mas o fato existe e sobre ele não há dúvida. Nos primeiros quatro anos de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva foi elogiado pela oposição demo-tucana por ter mantido exatamente as mesmas linhas econômicas de Fernando Henrique Cardoso. Duvido que tenha sido por essa atitude que tenha obtido a reeleição, mas o argumento não deixa de ser verdadeiro.

O problema é agora, no segundo mandato: há uma idéia de que Lula, em termos, voltou às origens e propõe uma política em que o Estado é muito mais intervencionista, e o exemplo mais recente é o do Pré-Sal. E, curiosamente, entendem 10 entre 10 observadores, inclusive do PSDB (que, claro, não fala isso publicamente), que é, no geral, correta a posição presidencial.

A grande vestal tucana e o dilema para 2010: defendê-lo ou deixá-lo sob as sombras
A grande vestal tucana e o dilema para 2010: defendê-lo ou deixá-lo sob as sombras

Mas, e em 2010? O que fará o candidato oposicionista, muito provavelmente José Serra, ele próprio adepto de um Estado forte, no ponto de vista econômico? Quem reflete sobre isso, com bastante pertinência, é o repórter especial da Folha de São Paulo, Valdo Cruz. Vale a pena ler o que ele escreve. A foto é de Antonio Cruz, da Agência Brasil. A seguir:

 “O dilema tucano

O ano eleitoral vai se aproximando e, com ele, cresce o dilema tucano sobre o discurso a ser adotado em 2010. Se é verdade que o presidente Lula seguiu na política macroeconômica as bases deixadas pelo tucano Fernando Henrique Cardoso – metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário -, em seu segundo mandato o petista adotou um viés intervencionista, nacionalista e estatizante que não combina muito com o programa do PSDB.

O modelo do pré-sal, com forte presença do Estado na exploração dessa nova riqueza brasileira, foi apenas o último lance de um governo que demonstrou um forte apetite por interferir nos rumos da economia do mundo real. Intervenção que cruzou barreiras e levou o governo a ditar até o rumo de fusões de empresas no país, caso da Oi com Brasil Telecom, ou mesmo pressionar publicamente executivos que não estavam seguindo a linha desejada pelo Palácio do Planalto – Roger Agnelli, da Vale.

Para infelicidade ou não dos tucanos, esse movimento petista no segundo mandato de Lula, que lembra mais o modelo tradicional sempre defendido pelo partido do atual presidente, ocorreu antes, durante e deve se acentuar depois da pior crise financeira internacional desde 1929. Uma crise que elevou ainda mais, mundo afora, o peso do Estado na economia, dificultando a vida daqueles que sempre defenderam menos intervenção estatal…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras textos de Valdo Cruz, na seção “Pensata”, da versão online da Folha de São Paulo.

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