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Ana Teófila Filgueiras Autran – por Elen Biguelini

D. Ana Teófila nasceu em 28 de dezembro de 1856 em Salvador. É filha de Dr. Henrique Autran da Mata Albuquerque (1806-?) e de sua esposa D. Eduarda de Amorin Filgueiras Autran (?-?). Seu pai era um médico importante, tendo participado em 1859 da vacinação na província baiana. Foi irmã de Francisca Filgueiras Autran, nascida em Olinda em 1831 e Eduarda Filgueiras Autran (?-1877) É possível que tenha se casado com um Sr. Coutinho, pois encontramos uma menção a Anna Autran Coutinho chegando em Salvador através do Porto desta cidade, vindo do Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1892.

No entanto, todas as outras menções a Anna Autran foram encontradas apenas assim “Anna Autran”.

Encontramos também uma notícia de um óbito de sua irmã, que nos permite apresentar os nomes de seus familiares. São eles: a irmã Maria Autran Figueiredo (?-1918), casada com Temístocles Figueiredo, outra irmã Gertrudes Autran de Oliveira Santos (?-1918), casada com Luiz Joaquim de Oliveira Santos, e os irmãos Drs. Pedro e Henrique Autran, o último jornalista.

Não encontramos muitos dados biográficos sobre esta autora, para além de que teria tido uma educação privilegiada, devido a família abastada.

A jovem Ana Teófila teria começado a escrever ainda na infância, com 10 ou 12 anos. Aos 15 anos já escrevia textos em defesa da mulher em jornais baianos.

Sobre seu óbito, conhecemos apenas o ano de 1933. Segundo os poucos relatos biográficos, teria falecido neste ano no Rio de Janeiro. No entanto, nossa pesquisa trouxe um questionamento. Encontramos uma Anna Autran de Alencastro Graça, esposa do desembargador Henrique Graça e mãe de Rodolfo Graça, Humberto Renato Graça, Sinval Graça, Carmem Graça, Olga Graça e Haydea Graça, que faleceu em 5 de agosto de 1923. É possível que tenha ocorrido um erro de digitação no Dicionário Bibliográfico Brasileiro, que ocasionou o erro, mas também é possível que esta seja uma sobrinha ou prima. Acreditamos, no entanto, que esta notícia se refere a nossa autora.

Sua obra mais importante é o texto feminista “A mulher e a literatura”, apresentado no “Diário da Bahia” quando ela tinha apenas 14 anos. Mas tem uma vasta obra poética espalhada por periódicos baianos. Escreveu no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro para o ano de 1873.Assinou como Alice e Veritas e teve publicado um livro “Devaneios: poesias”, em 1877.

Sua obra “Devaneios; poesias”. Bahia, Imprensa Economica, 1877.

Pode-se encontrar uma de suas poesias em: https://pt.wikisource.org/wiki/Diccionario_Bibliographico_Brazileiro/D._Anna_Theophila_Filgueiras_Autran
e em “Annaes do Parlamento Brasileiro”, 1859.

Fontes primárias: Noticia do óbito de Eduarda Figueiras Autan. Periódico “O Monitor”, 22 de julho de 1877, pg 4.

Notícia de sua chegada na Bahia em 1982. Periódico “Jornal de Notícias”. 7 de dezembro de 1892. Pg 2.

Notícia do óbito de sua irmã Maria. Periódico “O paiz”. 18 de fevereiro de 1918, pg 3.

Notícia do óbito de sua irmã Gertrudes. Periódico “O paiz”. 4 de setembro de 1918, pg 9.

Notícia do óbito de Anna Autran de Alencastro Graça. Periódico “a Noite”. 6 de agosto de 1923, pg 5.

Sobre a autora:
Muzart, Zahidé L. Escritoras Brasileiras do século XIX. Florianópolis: Editora Mulheres; Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2000. V. 2, 786-800.

Blake, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1883. 7 v. Encontrado em https://pt.wikisource.org/wiki/Diccionario_Bibliographico_Brazileiro/D._Anna_Theophila_Filgueiras_Autran
Leite, Márcia Maria da Silva. “Histórias de Escrita e Leitura de Mulheres (séculos XIX E XX)” – UCS/UEFS. ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. Via https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAIQw7AJahcKEwiwsLqPrJT_AhUAAAAAHQAAAAAQAw&url=https%3A%2F%2Fanpuh.org.br%2Fuploads%2Fanais-simposios%2Fpdf%2F2019-01%2F1548206369_befcdbfcd925a3e5f4092d3a1b9b0913.pdf&psig=AOvVaw1v8ni45Y_rZ4vZATT2S3-w&ust=1685237252394718

Lopes de Oliveira, Américo. “Escritoras brasileiras, galegas e portuguesas”. s.l. Tipografia Silva Pereira, 198, 19.

Conceição, Andreza da Silva. “De madame a literata: um diálogo entre [a] educação feminina e a mulher e a litteratura no século XIX. TCC Ufba, Pedagogia, 2013. Encontrado em https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34949

(*)Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

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