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Para Eric o que é de Cantona – por Luiz Alberto Cassol

Confesso que faria a estreia no sítio claudemiriano escrevendo sobre outro assunto. Ficaria previsível demais escrever sobre cinema. Pois é. O fato é que vi um filme arrebatador. Já escrevi e disse isso sobre alguns filmes. Então, esse vai para a minha lista dos arrebatadores.  E mais: esse é sobre cinema e futebol. O Rogério Koff, amigo e colega de sítio, escreveria melhor sobre isso. Mas, vamos lá.

Não foi intencional essa assistência. Estava em Porto Alegre na última segunda-feira. O horário de retorno estava longe. Entra no meu campo de visão o cartaz de À Procura de Éric, produção ficcional britânica dirigida por Ken Loach, lançada nesse 2009. Espero que entre logo em cartaz por aqui. Já comecei a campanha. Conto com suas presenças. 

Ao contar a história do carteiro Eric Bishop, interpretado com maestria por Esteve Evets, Loach nos dá a possibilidade de rir e chorar. Bishop e seus amigos são fãs de futebol e fanáticos pelo Manchester United, da Inglaterra. Mas, entre um jogo e outro ele tem que resolver sua vida. E o futebol será decisivo.

Ken Loach, que tem como marca em seus filmes a questão das causas operárias, soma, de forma definitiva em sua narrativa,  uma rara ironia ao tratar da vida.  Ironia com livros de auto-ajuda, com a paixão pelo  futebol, com as frases feitas, com as coisas não resolvidas. São muitos os filmes do cineasta britânico: Kes (1969), Terra e Liberdade (1995), Pão e Rosas (2000) e Ventos da Liberdade (2006). Carreira já consolidada. E aí… mais um grande filme. Inquieto e provocador. Sensível e objetivo. Quase duas horas de encantamento com tanta sinceridade sobre a vida. Tudo isso intercalado por gols e lances do francês Éric Cantona.

Jogador de futebol brilhante assim como polêmico, Cantona é reverenciado como lenda pelos lances protagonizados no Manchester. Parou de jogar em 1998. Hoje, além da tela grande também atua em comerciais e é produtor de cinema, como no caso do filme aqui citado. Ao lado de Evets apresenta cenas hilárias e frases feitas a dar e a vender. Não poderia haver outro sujeito para protagonizar a projeção de felicidade do carteiro Eric, do que o jogador de futebol, Éric.

O carteiro ficcional Eric é muito real. Talvez mais do que o jogador Éric. Mas, isso é apenas suposição. Verdadeiro é que se Cantona foi gênio nos gramados, sua trajetória cinematográfica já rendeu um belo fruto. Claro, muito em função do roteiro de Paul Laverty e da direção de Ken Loach, o gênio da tela.

Nada como uma história singela para ratificar uma boa máxima para o final do ano: sempre é bom dizer o que se pensa!

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4 Comentários

  1. Se não tivesse lido sobre este filme aqui na tua coluna, provavelmente não daria atenção quando visse o cartaz por aqui. Isso, no meu caso, justifica a presença do teu texto apaixonado sobre o cinema num site – sítio é coisa de colono, embora site seja de colonizado, mas tudo bem – de respeito como esse. Parabéns, Cassol, e manda ver… (quem trata de cinema tem de fazer isso literalmente).

  2. Beto Cassol, e o Blade Runner’s Day, sai? Parabéns pelo texto! (PERGUNTA DO EDITOR: Blade Runner’s Day???? Seria uma homenagem ao trânsito de Santa Maria???)

  3. Muita bondade a sua referência ao meu nome, Cassol. Mas a verdade é que concordo com o Guina, é um belo texto. E fiquei louco para ver o filme.
    Saudações

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