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Troca de celular – por Máucio

Tive que trocar de celular essa semana; o coitado já não dava mais. Eu já não conseguia ler os caracteres das teclas porque a tinta das letras e números impressos estava se apagando. Os equívocos dos números discados iriam aumentar enormemente nos próximos dias. Também, o aparelho já tinha mais de 6 anos.

Fui à loja central da operadora e desisti quando vi a fila. Perguntei pra um atendente e ele confirmou: teria que tirar uma senha e esperar para ser atendido em torno de 20 minutos. Percebi que era otimismo dele. Procurei uma autorizada e tive atendimento exclusivo; em 40 minutos resolvi a troca. Sim, 40, mas pelo menos sai com tudo instalado, chip, bateria e não sei mais o que. Só sei que moça falou bastante pra liberar a linha. Imagine o tempo que eu levaria.

Na madrugada deixei a bateria carregando pelas 12 horas recomendadas e na tarde de domingo comecei a passar, um por um, os nomes dos meus contatos pro novo telefone. O meu era muito antigo – não era de chip – e a única maneira era essa. O primeiro nome que transferi foi o da minha irmã Ana. Depois o da cunhada Anamaria, da sobrinha Analu, e por ai fui indo. Logo percebi, porém, que a tarefa de transladar toda a lista do aparelho antigo para o novo seria muito chata e me tomaria muito tempo. Resolvi ir deixando de fora alguns nomes considerados menos importantes.

Não salvei a Ana Claudia porque ela não mora mais aqui e provavelmente o número não seja o mesmo. O Antonio? Antonio? Não consegui lembrar quem era… O Caju, aquele  piauiense, não vou salvar, afinal falo com ele só no MSN. Carla? Qual Carla será essa?  Conheço pelo menos 3. Melhor deixar fora da lista. Dilmar? É aquele pedreiro que consertou o muro. Não quero nem ouvir falar dele, paguei adiantado e o desgranido sumiu.

Lucia vai, Leo da ferragem também. Marcos o eletricista, faleceu. Rosa L , essa tenho que salvar. O Roberto que ficou me devendo? A Regina, sim. Ela faz pão integral. Nilton, dono da borracharia que me socorreu na estrada? Não sei. Edson da Corsan? Julia? Manoel da lenha? Raul, o veterinário? Pedro? Letícia? Mariana? E o número da ex? O que eu faço com ele? Será que um dia ela ligará? E eu?

Depois de alguns minutos frente à lista interminável de contatos de celular, fui me incomodando e resolvi tomar uma decisão. Não vou salvar coisa nenhuma, é muita perda de tempo!  Vou deixar o barco correr. As pessoas que continuarem realmente existindo na minha vida eu irei salvando, aos poucos, quando me ligarem. Os que eu quiser, irei também aos poucos recuperando. Foi assim que formei a lista antiga. Afinal, as novas tecnologias não são feitas pra nos causar estresse, não é? Ou são?

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