MÍDIA. Jornalista e jornalão ofendem moralmente magistrado. Terão que indenizar em R$ 100 mil
Esta informação, como você está careca (ops) de saber, é indisponível na mídia tradicional – que, muito longe disso, não tem por hábito noticiar suas próprias mazelas. Ah, e, claro, fazem isso em nome da “imparcialidade”.
Bueno, ao fato: a colunista da Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde, se excedeu, para dizer o mínimo, e ocupou o espaço para ofender moralmente o magistrado encarregado da ação sobre a falência da Varig. Resultado: condenados em primeira e segunda instâncias. Na última, inclusive, viram a indenização subir de R$ 30 mil para R$ 100 mil.
Quer os detalhes? Confira o material produzido e publicado pela revista eletrônica especializada Consultor Jurídico. A reportagem é de Marina Ito. A seguir:
“TJ-RJ aumenta indenização em ação contra a Folha
O jornal Folha de S. Paulo e a colunista do jornal Eliane Cantanhêde não conseguiram reverter a condenação que foi imposta pela primeira instância em ação de dano moral movida pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio. A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por unanimidade, não só confirmou a decisão como aumentou o valor de R$ 35 mil para R$ 100 mil.
Luiz Roberto Ayoub foi responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig. No texto, intitulado “O lado podre da hipocrisia”, a colunista da Folha afirma: “O juiz Luiz Roberto Ayoub aproximou-se do governo e parou de contrariar o presidente, o compadre do presidente e a ministra. Abandonou o ‘falso moralismo’ e passou a contrariar a lei”.
Para a desembargadora Jacqueline Lima Montenegro, relatora da apelação apresentada tanto pela Folha para reverter a condenação quanto pelo juiz para aumentar o valor da reparação, a manifestação da colunista refletia indignação e preocupação com o uso do dinheiro público e com o comportamento dos governantes. Entretanto, diz a desembargadora na decisão, o texto “subiu o tom”. Segundo ela, “fica denotada uma subserviência do autor [juiz Luiz Roberto Ayoub], enquanto magistrado, a interesses escusos do Poder Executivo federal”.
Ela também rebate o argumento da defesa de que a citação do juiz no texto foi secundária. “Na verdade, o comportamento que é atribuído ao autor neste excerto é um fato relevante…”
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