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REFLEXÃO. Adede y Castro, Tiririca e uma “dose constrangedora de preconceito”

Tiririca na Comissão de Educação

POR João Marcos Adede y Castro, Promotor de Justiça e Escritor

Tenho ouvido e lido inúmeros comentários, verbais e escritos, partidos de populares e intelectuais, acerca do fato do Deputado Tiririca estar assumindo uma vaga na Comissão de Educação da Câmara Federal.

Nenhum destes comentários é elogioso, todos preocupados com o fato absolutamente verdadeiro de que Tiririca é um palhaço e que, acusado de ser analfabeto, escreveu texto ditado pelo juiz eleitoral em que oitenta por cento das palavras continham erros de grafia.

Eu também estou preocupado, mas nem tanto.

Na contramão da opinião geral, talvez seja por aí mesmo que surjam novas idéias, partidas exatamente daqueles de quem não esperamos nada.

A representação política é construída a partir de todas as classes sociais e culturais, e não apenas das mais favorecidas em termos de educação formal.

Sempre valorizando a educação como instrumento de progresso intelectual, pessoal e econômico e condição para o desenvolvimento das nações, entendo, porém, que pessoas com pouca instrução também representam a sociedade.

A partir do momento em que pessoas pobres e não instruídas passam a falar em nome de outras pessoas pobres e não instruídas, na sociedade e nos parlamentos, talvez estejam representando melhor a sociedade do que fariam os doutores!

A profissão do Tiririca, por si só, não pode afastá-lo do direito de pretender representar aqueles que o elegeram, de maneira consciente ou como forma de protesto.

Na condenação do Tiririca vemos uma dose constrangedora de preconceito, que é um conceito antecipado sobre uma realidade que não conhecemos ou que conhecemos pouco.

Não podemos esquecer que, por oito anos, tivemos no poder um presidente que contava com apenas a quarta série do ensino fundamental e que, certo ou errado, saiu com mais de 80% de aprovação, inclusive da classe média e dos intelectuais.

Na política o que mais importa não é o fato de saber ou não escrever, pois para isto tem-se a assessoria, mas a sensibilidade para conhecer, interpretar e viabilizar a vontade e a necessidade da população.

Prefiro esperar para ver. Talvez Tiririca nos faça morrer de vergonha por ter acreditado em suas possibilidades ou de arrependimento por não ter votado nele.

Afinal, palhaço por palhaço, prefiro um que me faça rir a outro que me roube.

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6 Comentários

  1. @Quido
    Quido, tem gente que não entende tua linguagem, mas eu, apesar de muito burro, sim.
    Não importa a linguagem mas, sim, o “espritu” dela.
    Você é um Tiririca de Santa Maria.
    Parabéns.

  2. O Dirrirrica tem o tirreito de fazer barte de qualguer comichón. Foi eleito. Aposto que o Tirrirrica se preocuparria com a zituaçon dos containers da REvita… aprofeito o espazo, pois sei que o bromotor vai ler…
    Containers podres da REVITA.. Pagamos aluguel e em muitos esta nascendo tiririca, a planta, de tao abandonados…

  3. Preferências à parte, se foi eleito democraticamente, está em pleno exercício de seu mandato porque seria impedido de participar de qualquer das comissões existentes? Existe deputado de 1ª e 2ª classe?

  4. Muito bom e oportuno o comentário do Sr. Adede Y Castro.
    Fiquei sabendo que um comandante de escola militar proferiu longo e preconceituoso discurso contra a eleição de Tiririca. Duvido muito que o Tiririca fizesse ao nosso país coisas piores que aquelas feitas pelos militares durante toda nossa História, mas especialmente durante a última ditadura civil-militar.

  5. A educação está longe de ser o que precisamos, durante esses anos todos quem tomou as decisões foram pessoas com títulos importantes, porque está dessa maneira?
    Afinal até agora de quem foi a palhaçada?

  6. Concordo com o Dr. joão Marcos, é possível que Tiririca tenha mais senssibilidade que muitos doutores, basta ele pensar no quanto sofreu por não ter estudado, certamente os motivos que o levaram a essa situação não são diferentes dos de muitos nordestinos.O principal de tudo é que ele foi eleito pelo povo e ninguém tem o direito de querer decidir em que comissão ele deve participar pelo fato de ser ele um palhaço de profissão.

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