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Claudemir,
Acho que a discussão não passa exatamente sobre decisão ‘boa’ ou ‘ruim’. Aposto que todos sabem dos efeitos devastadores de drogas (umas mais, outras menos), como todos sabem dos efeitos danosos do álcool, e não se cogita de criminalizar seu consumo.
A questão envolve discussão um pouco aprofundada em direito. Se é legítimo ao estado criminalizar uma conduta que não sai da esfera privada do consumidor. Por mais que se conheçam os efeitos, é exatamente a mesma discussão sobre alguém que consome álcool, faz tatuagens, coloca piercings, pratica esportes radicais.
Pode-se recair um juízo moral, mas ninguém cogita de interferir juridicamente na esfera privada do indivíduo que, consciente, exerceu seu livre arbítrio.
Seguindo esta linha, a Suprema Corte argentina declarou inconstitucional a criminalização da posse de substância entorpecente para consumo, sem que, com isto, seja legalizado o consumo, vendendo-se em supermercados, farmácias e armazéns.
A discussão deve romper com engessamentos morais e aprofundar a discussão na análise jurídica dos limites de nosso livre arbítrio.
Sem ser a favor DA DROGA, sou a favor da descriminalização.