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Outras intenções? Não creia em números de pesquisa que ninguém viu, ninguém sabe, ninguém leu

Até onde sei, somente o grupo RBS (aqui representado pelo Diário de Santa Maria pela RBS-TV, além das rádios Atlântida e Itapema), contrata pesquisa eleitoral para divulgação por seus veículos de comunicação. É até possível (não tenho dados para afirmar) que no momento mesmo em que você lê este texto, alguma esteja sendo publicada. Não sei. Escrevo na noite de terça-feira.

 

E afirmo isso porque, de acordo com a legislação eleitoral, somente podem ser tornados públicos levantamentos científicos de aferição de tendência de voto devidamente registrados na Justiça. Os demais, isto é, os não registrados, podem até ser feitos, mas não para ampla divulgação. Seria crime eleitoral. De candidatos, partidos, coligações ou mesmo curiosos.

 

O que isso significa? Simples: afora o grupo de comunicação, que sabidamente está contratando pesquisas (uma, ao menos, já foi feita e publicada), todas as outras enquetes, realizadas ou não, apenas existem para consumo interno. E, imagino, pelo menos as duas maiores alianças estão fazendo isso. E, certamente, balizando suas campanhas em cima dos dados que recebem dos pesquisadores.

 

Assim, e esta é uma advertência que eu próprio sigo: não acredite em pesquisa que ninguém viu, ninguém sabe, ninguém leu. Este (nem sempre) humilde repórter, para exemplificar, já escutou (porque a ele foi contado) pelo menos três “resultados” diferentes. Num, o candidato A estava 19% à frente do candidato B. Noutro, a diferença era 11%. Anteontem, a diferença era de 5%, em favor do candidato B. Atenção: as fontes, todas as três, são diferentes. Qual é verdadeira? Talvez todas. Ou nenhuma. Ah, e tem um quarto número, este dito por um notório apoiador do candidato C – que estaria com o dobro de intenção de voto que, imagina-se, as urnas vão mostrar, segundo os especialistas.

 

Resumo da ópera: a menos que você mesmo veja (e eu já vi uma, há três meses) e conheça quem faz o trabalho, não acredite. Do contrário, será apenas o transmissor das intenções de quem lhe contou. Nada mais.

 

Tenha paciência: não deve demorar (se é que, repito, neste momento isso já não esteja ocorrendo) e alguma pesquisa confiável e registrada na Justiça esteja disponível à opinião pública. Daí se saberá o que pensa o eleitor, no momento em que foi inquirido. E sempre lembrando que pesquisa, meeeesmo, é o resultado. E este só sai lá pelo início da noite de 5 de outubro.

 

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