COLUNA OBSERVATÓRIO. A (real) razão por que Cláudio Rosa ainda não voltou à Câmara

Rosa fazia sucesso ao esbravejar. Agora, o gritedo teve um custo

O prefeito Cezar Schirmer gosta do suplente de vereador Claudio Rosa. E não é de hoje. Afinal, especialmente no segundo mandato de Valdeci Oliveira, era o fogoso ex-ferroviário e estudante noviço de Direito que soltava o verbo no parlamento – secundado por outro peemedebista, Tubias Calil, e um tucano, sim, ele mesmo, Jorge Pozzobom. Os mais recentes não sabem o que é isso, eis que oposição é artigo em falta, hoje.

Mas… À época… Histriônico, gritalhão, por qualquer motivo Rosa esbravejava, elevava o tom na tribuna ao ponto de, do segundo minuto em diante, ninguém entender lhufas, exceto que era contra. Qualquer coisa. Tudo, até a unha encravada do cãozinho que dormitava nas proximidades da secretaria de Obras era motivo para discurso: “afinal, como pode o totó não ser tratado adequadamente pelo governo petista?”

Mas Schirmer também gosta de Rosa pelo presente. Na mesma medida em que detesta (politicamente, por favor) seu “líder” atual, João Carlos Maciel, que faz discurso no rádio para agradar ouvintes descontentes, dá eco às palavras na tribuna em que deveria defender a prefeitura e “vai ao palacete da SUCV no fim da tarde para se explicar” – como disse uma fonte palaciana ao repórter. Rosa, não. Defende o governo, e faz (na ótica schirmista) excelente trabalho na secretaria de Ação Comunitária. Por isso, voltará à Câmara.

Aliás, já teria voltado. Não fosse, veja só, a palavra. Sim, a palavra. A mesma que usou para atacar o governo anterior, mas que, no Poder, é politicamente incorreta. Afinal, registra a mídia, o intrépido Rosa se excedeu ao tentar interditar a opinião oposicionista: “não permitirei que falem mal do (governo) Schirmer”.

Pooois é. Por conta disso, Adelar Vargas, o substituto, teve (terá) que esperar. E até João Kaus, que sai do Legislativo, ganhou mais um tempo. Que até pode demorar. Ah, as palavras… Tão importantes. Para o bem. Ou para o mal.