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Empresas. As razões por que a Tramontina é o que é, nas palavras de seu principal dirigente

Nascido em Carlos Barbosa, Clóvis Tramontina é um dos empreendedores gaúchos mais valorizados do planeta. Muito? Acredite, não. Afinal, lidera um dos grupos empresariais brasileiros com maior visibilidade no mundo. Talvez não pelo faturamento, que aliás é bem significativo, mas pela presença. São cerca de 120 países que recebem os produtos Tramontina – mais de 15 mil itens – fabricados na cidade em que nasceu, na serra gaúcha, mas também em Farroupilha, Garibaldi, Canoas e Encruzilhada do Sul, aqui no Estado, e em Belém e Recife. E que hoje tem 5,5 mil funcionários.

Formado em Administração e Direito, Clóvis Tramontina espalha, em suas palestras, a cultura da empresa que prega, por exemplo, a valorização da “gente da casa”. Nesta entrevista, que republico abaixo, que concedeu ao repórter Deni Zolin na quinta-feira, quando esteve na cidade para palestrar na Semana do Economista, e que o Diário de Santa Maria traz em sua edição de final de semana, o diretor-presidente da Tramontina conta a história de um ex-motorista que virou um dos principais executivos da empresa.

Mas Tramontina também fala do sucesso do grupo, dos fatores que fizeram dele um caso fundamental de diversificação dos negócios para o mercado externo e de muito mais coisas que podem interessar a todos quantos, afinal de contas, aspiram ao sucesso como empreendedor. Leia você mesmo:

”’Valorize a prata da casa’”

Tranqüilo e sorridente, o presidente do grupo Tramontina, Clovis Tramontina, fala com entusiasmo sobre a história da empresa, fundada por seu avô em 1911 e famosa por seus produtos de aço inox. O sucesso do grupo, que tem hoje 5,5 mil funcionários e um faturamento de R$ 2 bilhões por ano, deve-se a um fator principal, segundo ele. A Tramontina se destaca por valorizar as pratas da casa. A empresa treina muito os empregados e só transforma em gerente quem já passou pelo ‘chão da fábrica’, diz. Ele próprio começou antes dos 10 anos, atendendo telefone. Antes de palestrar na 3ª Semana do Economista, quinta-feira, na Unifra, ele falou ao ‘Diário’.

Diário de Santa Maria – Quais os principais fatores do sucesso da Tramontina?

Clovis Tramontina –
O principal fator foi acreditar no valor da prata da casa, ou seja, o investimento nas pessoas. Isso, eu considero na Tramontina o alicerce principal do nosso desenvolvimento. Ou seja, fazer com que as pessoas tivessem na empresa um projeto de vida. Fala-se hoje muito de responsabilidade social. Eu sempre digo que o nosso maior balanço social são as pessoas. É comum você ver a família inteira trabalhando na Tramontina. Esse foi o grande diferencial.

Diário – É fazer as pessoas se sentirem parte da empresa?

Tramontina –
Exatamente. Mas há a importância da preparação dessa gente também. Eles precisam ter a consciência de que têm de estar preparados para enfrentar os novos tempos. Nós investimos em média 40 horas de treinamento/ano nas pessoas. Isso é importante, não é só discurso, há investimento também.

Diário – Quando a empresa cresceu, foi difícil manter essa filosofia, pois as pessoas de Carlos Barbosa ficaram lá? Tramontina – Aí é que tu te enganas. As pessoas de Carlos Barbosa, Garibaldi e Farroupilha saíram de lá e foram a Dubai, nos Emirados Árabes, estão nos Estados Unidos, no México, na Colômbia, na Alemanha e assim por diante. Enfim, em todas as unidades em que a Tramontina está, os principais executivos são formados dentro de casa. Todas as chances para chefias, gerências. As oportunidades em novas empresas no Exterior são todas dadas a gente da fábrica. Esse é o grande ponto propulsor do ânimo das pessoas em permanecer na empresa. Ou seja, hoje eu trabalho no chão de fábrica, mas amanhã eu tenho uma oportunidade. O Vieceli (Cesar Vieceli), que é o nosso gerente em Porto Alegre, começou como motorista de empilhadeira na fábrica, e era (um motorista) barbeiro, ainda (risos). O Vieceli já passou por oito escritórios no Brasil e é o nosso gerente no Sul do país.

Diário – Por que a internacionalização e a diversificação de produtos foram as principais estratégias do grupo?

Tramontina –
Sobre a diversificação. Nós tínhamos duas maneiras para crescer: ampliar a linha de produtos ou ampliar o número de fábricas. Nós fizemos as duas coisas. E quando ampliamos o número de fábricas, buscamos a especialização. Então eu até faço uma brincadeira: qual é o foco da Tramontina? É a especialização na diversificação. Parece um contra-senso, mas não é, eu vou explicar. Cada fábrica nossa é especializada numa linha de produtos. Aquele pessoal que entende de ferramentas é especializado nisso, mas não sabe nada de cutelaria (facas). E no aspecto da internacionalização, foi o seguinte: desde os anos 60, a Tramontina acreditou que o mundo não era o Brasil, não era Carlos Barbosa, o mundo era o mundo. E nós tínhamos de buscar mercados em outros lugares, não só no Brasil. Começamos primeiro colocando representantes no Exterior, no final da década de 60. E na década de 80, começamos com escritórios próprios no Chile, Colômbia, Peru, Estados Unidos, Alemanha, França e outros. Nos anos 90, evoluímos de escritórios regionais de venda para centros de distribuição…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/dsm/

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