OBSERVATÓRIO. Revolução de 23, assalto ao quartel

Isso é história!

 “1923, 3 de novembro – Uma força revolucionária, comandada por Clarestino Bento da silva, ataca o quartel do 1º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, guarnecido por um grupo de provisórios, sob o comando do cap. Raul Soveral.

A descrição do assalto ao quartel será feita à base de informações colhidas em apontamentos de Celso Schoreder, que entrevistou o comandante dos assaltantes; nos depoimentos que me prestaram o cap. Raul Sovberal, o sr. Cláudio Pontes Pires, que fazia parte do grupo revolucionário, e D. Carminha Coelho, que prestou os primeiros socorros aos feridos, como diretora da Enfermaria Gal. Portinho, da Cruz Vermelha Libertadora; nas notísicas dos jornais da época e em minhas reminiscências, pois residia na zona da cidade em que se feriu o combate.

Clarestino, que tinha nas forças revolucionárias o posto de coronel, pertencia à coluna do gal. Estácio Xavier de Azambuja e, quando este internou-se no Uruguai, à altura do Potreiro de Ana Correa, a 18 de outubro, não o quis acompanhar e rumou para o interior do Estado. A 25 estava em Lavras, seguindo depois para Tapera, no rio São Sepé… No município de São Sepé fez junção com os grupos de João Castelhano, com 36 homens, e de Antenor Soares, vulgo Cabeça Amarga, com 11 companheiros, perfazendo um total de 106. Schoreder dá a soma de 97 homens. Além de João Castelhano, com o posto de tenente-coronel, e de Antenor Soares, major, trazia Clarestino como subalternos o capitão Cleto Barreto, e alguns tenentes. Tendo resolvido tomar Santa Maria, por si, segundo uns, e porque recebera instigação e promessa de auxílio da parte de libertadores da cidade, de acordo com outros, para cá se dirigiu, chegando a 2 de novembro ao Passo do Verde, onde deixou uma guarda, às ordens de Pedro de Carvalho Pedroso… (segue)

(Do volume 1 – 1877-1930 do livro “Cronologia Histórica de Santa Maria…”, de Romeu Beltrão, editado em 1958)