ColunaObservatório

OBSERVATÓRIO. O difícil exercício da coerência

Plenário da Câmara, onde as opiniões, como regra, variam conforme o vento

Boa parte da composição da Câmara de Vereadores está longe de ser novata. Sem contar os que, embora suplentes, assumiram por algum tempo, há pelo menos 12 edis titulares na legislatura passada. Da anterior, se contam no mínimo oito. E da anterior da anterior, seis. Isso apenas para ficar nos últimos 12 anos.

Se o leitor tiver o trabalho (que o colunista teve, por dever profissional) de observar atos e atitudes dos edis, guardará facilmente uma opinião: a coerência é artigo raro, beeem raro. Atos e atitudes são tomadas ao sabor do vento político, e jamais presididos por alguma coisa parecida com unidade de pensamento. E olha que isso é, sim, possível, até mesmo na política.

Dois exemplos podem ser pinçados, para explicar esse comportamento errático – para ser simplório. Um, a Taxa de Iluminação Pública. Uma óbvia necessidade – que este colunista defendeu. Onteontem. E ontem. Mas que divertiu muito quando se percebeu a mudança de conduta, numa e outra legislatura. E que rendeu, inclusive, a ridícula situação de um edil em cima de uma mesa. Sem falar no gritedo ininteligível. Cruzes!

Outro é a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito. Depende, na verdade, de quem tem maioria. E o poder. Simples assim. Nada de discutir sobre a relevância do tema, que isso parece ser uma bobagem. O que antes valia, agora não vale. Mesmo que seja a morte de 239 jovens.

Em tempo: nos últimos 10 anos, várias comissões foram criadas no parlamento da comuna. Nenhuma delas, a rigor, e até aqui, mereceria o status de CPI. É a tal de (in)coerência.

Em tempo 2: não, não adianta ficar brabo com os vereadores. Nenhum deles esteve ou está lá por obra do Espírito Santo. Nenhum.

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11 Comentários

  1. Volto a dizer na minha burrologia politica,vereadores principalmente,deputados e senadores deveriam ter uma reeleição,dando oportunidade para novas lideranças e não se perpetuarem no poder como hoje vemos em nosso país em todos os níveis….

  2. meu caro Claudemir, quando comecei a ler esta sua postagem me lembrei de uma outra situação da gare, onde figura aquele vereador que era gritão mas que agora anda meio quieto, acho que é prá não aparecer demais e ser lembrado. Quando iniciaram as tratativas prá retirada das familias da invasão da gare, ele andava com o grupo de moradores na frente da prefeitura fazendo manifestação, mas era o Valdeci o prefeito. E agora, ele anda de que lado? Dos moradores ou do prefeito que quer tirar eles de lá?
    Mas voltando a questão da CPI, continuo conversando com as pessoas e todos são unânimes, que tem que haver a CPI. A sociedade clama por respostas.
    E veja bem, minha manifestação não é política, até porque estou sempre aqui e falo de todos os partidos pois não tenho bandeira prá defender, nem rabo preso com político, e ninguém paga as minhas contas por mim.
    Particularmente esperava que os vereadores do PSDB dariam um belo exemplo e assinariam o requerimento, pois mostrariam que estavam conscientes quando saltaram do carro e seguiram sozinhos a caminhada.
    Mas ainda dá tempo. Espero não ter me enganado tanto.

  3. Quando escrevi o texto a seguir lembrei do “Não Custa Lembrar” deste sítio, acredito que ele sirva para ilustrar a dificuldade que alguns acabam encontrando em manter a coerência.

    CPI da Kiss JÁ! A Câmara de Vereadores precisa voltar a cumprir com seu papel.

    Em fevereiro de 2010 pedi a cassação (impeachment) do vereador João Carlos Maciel, pelo desvio de parte do salário (pago com dinheiro público) de seus assessores. Apresentei provas e testemunhas. Os 14 vereadores reuniram-se na sala do Presidente e decidiram por não ler a denúncia em plenário. Em votação, por unanimidade 12 vereadores rejeitaram a denúncia, não queriam investigar o colega acusado de corrupção. Entre os 12 vereadores que garantiram a impunidade do corrupto, estavam figuras ilustres como Helen Cabral, Werner Hempel, Jorjão e Vereador Fort.

    O Vereador Werner Hempel foi o único a subir na tribuna e se manifestar dizendo que “qualquer eleitor tem seus direitos”, referindo-se ao pedido, e ainda disse: “o mais prudente é aguardar o julgamento da Justiça, uma vez que o caso está sendo investigado”.

    “– Não cabe fazer estardalhaço político em cima dessa questão – completou o vereador Werner.”

    Finalmente o Vereador resolveu fazer “estardalhaço político”, pena que 239 pessoas tenham que ter morrido para isso.

    A Câmara de Vereadores precisa voltar a cumprir seu papel na cidade. Legislar e Fiscalizar são funções precípuas dos vereadores. Nossa Câmara legisla com pouca ou nenhuma qualidade e não fiscaliza o Poder Executivo, está engessada nos cargos e conveniências políticas.

    A criação de uma CPI da Kiss na Câmara é imprescindível, mas nós sabemos exatamente com quem estamos lidando.

    Estaremos de olho!

  4. Se existe um “pai” (ou mãe) de qualquer obra pública, este é o cidadão/contribuinte, pois é do seu bolso que sai o dinheiro dos impostos que paga a conta.
    Expressões como “fulano fez”, “beltrano pagou”, sicrano deu” é pura conversa fiada.
    Político é funcionário público com mandato, e fazer obra pública não é mais que sua obrigação.

  5. E por falar em CPI será que os teus leitores Claudemir, não sabem que a situação, isto é, os ligados a prefeitura são maiorias? Aprovam o que quiserem e portanto, CPI é só pra encher linguiça e gastar Quem já não leu, aqui mesmo ou nos faces por ai as defesas entusiasmadas dos puxa saco do prefeito?Quem já não leu algo desta gente chamando o delegado de garoto da Globo? Pois é, até mesmo o investigador do EUA disse que a investigação está mto bem feita e portanto os delegados são confiáveis. Vamos deixa-los trabalhar.

  6. O vereador, que ajudei a eleger,não me decepicionou.
    Atitude de dar o “START” para todos os esclecimentos.
    Talvez não tenha exito,mas sabemos de que lado esta.

  7. Tem um vereador “grandão” que na tarde de quinta atravessava a rua venâncio aires aos largos sorrisos com uma assessora muito próxima do prefeito. Os sorrisos seriam de satisfação por estarem sepultando a CPI?

  8. Quando votamos em um Vereador é para ele nos representar, por isso estou satisfeita com o vereador que elegi nas últimas eleições pois juntamente com o Dr. Verner ele é um dos cinco vereadores que assinaram o pedido de CPI.Gostaria de lembrar que quando votamos em alguem não devemos fazer simplesmente por corporativismo,amizade ou gênero e sim em pessoas conprometidas com a população como um todo.Gostaria de lembrar que a nossa Câmara tem quatro mulhers como veradoras e se só a questão de gênero fosse o fundamental estas quatro Senhoras teriam assinado o pedido de CPI e explico po que:elas pensariam nas 239 mães que não terão mais o sorriso,não mais terão o futuro de suas jovens crianças e procurariam ajudar apurar os fatos da tragédia que levou de nossa cidade.Nobres Vereadoras não vamos só homenagiar as operarias que morreram queimadas no oito de março mas também ajuadar a apurar os fatos da morte destes jovens tantos anos depois da mesma forma dessas mulheres.Que o dia da mulher é sempre e que a homenagem é a luta por mais dignidade por todas as mulhres e seus filhos e no momento ajudar as mães da choram a perda de seus filhos.

  9. Outro exemplo de falta de coerência foi a questão do túnel da Gare. Quando o PT iniciou a obra, certos vereadores da então oposição pulavam aos berros de que era dinheiro jogado fora, de que deveria ser aplicado em saúde, etc.
    Depois, como diz o Claudemir, o vento mudou, foram lá inaugurar com pompa, foguetes e festa. E ainda usaram esta obra na campanha eleitoral como um grande feito deles e que muito benefício trouxe para a cidade. Todos lembram disto. Pena que na hora do voto, muita gente esqueça.

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