OBSERVATÓRIO. Há contas a ser pagas, na Câmara

É temerário fazer avaliação definitiva do comportamento futuro dos vereadores, após os episódios decorrentes da ocupação do prédio do parlamento por vários grupos organizados e que agora, alinhados, se autodenominam “Movimento por Justiça”.

No entanto, algumas conclusões já são permitidas. Uma delas é que há decidida intenção, sobretudo (mas não apenas) do PMDB, de escantear o PDT e Marcelo Bisogno de qualquer articulação. Não se sabe, ainda, se terão sucesso e menos ainda se isso influenciará na presença do pedetismo no governo municipal – afinal, aí podem entrar em jogo outros fatores, como as eleições de 2012 e 2016, por exemplo. Mas, na Câmara, se mantiver-se unido o bloco governista, sem Bisogno, serão 12 votos, uma maioria que permanece folgada.

Outra, decorrente da primeira, é que Bisogno se agastou com seus pares governistas e descobriu, pelo menos neste momento e talvez do pior modo, que os 9 mil votos obtidos nas urnas de outubro, na Câmara de hoje significam um apenas, o dele.

Uma terceira análise se faz a partir da CPI da Kiss, controlada pelos governistas mas que deram visibilidade negativa, sobretudo, a Maria de Lourdes Castro. Claro que sempre há possibilidade de recuperação política. Mas isso demanda tempo. Talvez demasiado para quem se colocava como alternativa importante no futuro.

Aliás, na política, vácuo existe é para ser ocupado. E quem está se alçando é João Carlos Maciel. Seu sucesso futuro, porém, depende de fatores extraparlamentares. A conferir.