Artigos

Estamos fazendo certo? – por Daiani Ferrari

Dia desses, numa manhã de domingo, o cachorro da minha mãe morreu. Foi atropelado por um automóvel que dobrou a esquina tão rápido que não deu nem tempo de chamar, alertar, frear ou que o cachorro voltasse para a calçada. Quando viu o que tinha feito, o motorista deu no pé. Foi o tempo de o cachorro ser socorrido do meio da rua e morrer. Nesse mesmo domingo, durante a madrugada, uma menina que voltava para casa de uma festa, sendo levada pelo pai da amiga para casa, em Porto Alegre, também morreu. Outro veículo teria avançado o sinal vermelho e batido no carro em que a menina estava.

Ás vezes, a gente perde a fé na humanidade e no mundo em que vivemos porque, simplesmente, esperamos uma responsabilidade de todos como a que temos. Eu não ando rápido, paro na sinaleira mesmo durante a madrugada, não tento compensar os momentos de trânsito lento no decorrer do percurso. Sei da importância da seta, do alerta nas faixas de segurança e tento sempre dirigir de forma a cuidar da minha vida e da de quem está na rua. Mas não é assim com todo mundo.

Sei que a vida de um animal não pode ser comparada a de uma pessoa. Mas tentem dizer isso para o meu pai que tinha o cachorro como um filho depois que minha irmã e eu saímos de casa. Naquele momento pode ter sido um cachorro, que confesso não ser muito da minha estima, mas não merecia esse fim. Em outro, pode ser uma criança que foi buscar a bola na rua, a jovem que voltava da festa, a menina que brincava na banca de melancia que o pai montou na calçada para ajudar a sustentar a família, o padre que atravessava a faixa de segurança, ou o pedreiro que tentava atravessar a Faixa Velha. Também pode ser eu ou o Claudemir.

Sei, obviamente, que nem sempre o motorista é o culpado, mas é ele que apresenta mais perigo nesse embate motorista pedestre, porque ele tem uma arma e já está mais que comprovado que os carros são uma arma, ainda mais na mão de motoristas negligentes. Minha amiga que perdeu a vida pela imprudência de um deles estaria de aniversário essa semana, mas ninguém pode abraçá-la, embora ela deva ter recebido as boas vibrações de todos que aguardavam e rezavam para que ela se recuperasse, onde quer que ela esteja.

A equação, às vezes, pode não ser lógica, mas é certeira. Cuidado no trânsito, consigo e com os outros. Ninguém está na rua sozinho, a pé ou motorizado. Por isso, afirmo, devemos dirigir como se na rua houvesse sempre animais e crianças.

Essa semana, no cartório, chegou meu professor de autoescola e eu disse, brincando, que nunca havia atropelado ninguém ou tomado multa, ao que ele respondeu que eu estava fazendo a coisa certa.

E que bom se todos assim fizessem.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. Na década de 50 a Disney produziu um desenho animado sobre comportamento no trânsito. “Pateta no trânsito”, fácil de obter no youtube. Continua atual.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo