OBSERVATÓRIO. Desafios de Schirmer. E Robinson

Carlos Alberto Robinson foi o primeiro secretário de Planejamento de Santa Maria. Fim dos anos 70, quando ele e Cezar Schirmer, aliás, eram militantes do MDB, o partido que fazia oposição consentida à ditadura. Têm história, portanto, ainda que, mais adiante, com a volta do pluripartidarismo, tenham seguido caminhos diferentes, mesmo que não necessariamente opostos.

O fato é que Robinson seguiu carreira jurídica e chegou até à presidência do Tribunal Regional do Trabalho, de onde se aposentou ano passado e retomou a advocacia. Dela é retirado pelo mesmo Schirmer que fora companheiro nos tempos pré-democráticos. E é, também, o principal (sim, ciúmes podem ocorrer, mas não obscurecem a realidade) nome do primeiro escalão montado pelo prefeito para o segundo mandato – decapitado, por decisão do próprio prefeito, em oito meses.

É pelo escolhido para presidir o novíssimo (e, aliás, ainda não estruturado) Instituto de Planejamento Urbano que se pode perceber a intenção do comandante do Palacete da SUCV, para o que pretende realizar, nos três anos e pouco que ainda têm à frente do executivo. E sintetiza, também, de uma certa maneira, uma visão de futuro.

Vai dar certo? Quem pode saber. O fato é que não se poderá acusar Schirmer de não ter buscado alguém capaz de conduzir esse processo de implantação do IPUSM. Ao contrário, Robinson possui todas as ferramentas técnicas e intelectuais. Resta ver se lhe serão oferecidas as condições para realizar o trabalho. Do contrário, de nada adiantará.

Em tempo: descontadas a dança das cadeiras e a manutenção de boa parte do grupo, o fato é que, de novidade, meeesmo, é menos de um terço do total do secretariado – oito meses após o início (pela lei) do mandato. Afora Robinson, só mais quatro (em 19) são nomes diferentes. O que quer dizer algo. Ou não.