POLÍTICA. Peemedebistas de Santa Maria muito perto de chegar à ‘hora da verdade’. Tem gente se mexendo

Em três semanas, menos dois dias, acontecem as convenções municipais do PMDB em todo o Rio Grande do Sul. É o pontapé inicial para a campanha eleitoral de 2014, e o partido, depois do fiasco (assumido mais tarde, com as devidas reticências) do pleito estadual de 2010, pretende retomar o protagonismo na política gaúcha.

Um dos objetivos, claro, além de tentar o retorno ao Palácio Piratini, provavelmente com José Ivo Sartori, o ex-prefeito de Caxias do sul, e manter a cadeira de Pedro Simon no Senado (com o próprio ou, quem sabe, Germano Rigotto), é ampliar consideravalmente suas bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

Aí é que entra Santa Maria e suas peculiaridades. Aqui, o partido sempre teve a liderança inconteste de Cezar Schirmer. E que só não emplacou um presidente de partido: justamente Robson Zinn, atualmente afastado por licença e que não retornará ao cargo.  Embora a aparente união, havia clara contrariedade com o dirigente, que foi, digamos, “engolido” por Schirmer há seis anos, diante da eficiente costura feita por Zinn junto às bases partidárias.

Mas, e agora? O que se diz, com todas as letras, é que o presidente da sigla será quem Schirmer quiser. Só que não se sabe o que e quem ele quer. E se duvida da continuidade do atual presidente interino, Ricardo Bassi – embora reconhecido militante da juventude, não teria, ainda, o preparo adequado inclusive por vir aí um ano eleitoral.

Como o prefeito não fala, pelo menos abertamente, o vácuo se criou. E é nele que estão agindo lideranças históricas do partido. Entenda-se por históricas figuras que vêm desde o tempo do MDB e sempre na vanguarda da militância. Inclui um membro quase permanente do Diretório Municipal, Aldo Fossá, e dois ex-presidentes, Luiz Eliton Cordenuzzi e Antonio Carlos Lemos. Esses dois últimos, inclusive, integrantes ativos do governo municipal desde o primeiro mandato.  Aos três e (diz-se) outros militantes se juntou o secretário de Infraestrutura e o mais provável (ele tem negado, publicamente) candidato à Assembleia Legislativa pelo partido em Santa Maria, Tubias Calil.

O editor apurou, junto a fontes confiáveis, que esse quarteto tem se reunido, elabora uma espécie de programa mínimo para a direção do PMDB e vai a Schirmer. Dirá, em outras palavras, ou nessas mesmo: “prefeito, nós queremos assumir a condução do partido e entendemos que o PMDB precisa de um ânimo que hoje não existe e pode inviabilizar o sucesso eleitoral em 2014”.

O que dirá o prefeito? Ninguém sabe. Exceto que, e este seria o propósito dos históricos, pelo menos ele saberá que um contingente expressivo (em história e militância partidária) se encontra insatisfeito com os rumos da sigla e quer mudá-la.

Vai conseguir? Não demora três semanas e se saberá.