KISS. Familiares de vítimas fazem três perguntas ao Ministério Público, sobre o inquérito. Saiba quais são
Por LUIZ ROESE (texto e foto)
Na manhã desta terça-feira, o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Adhebal Ferreira, e o diretor de Assuntos Jurídicos da AVTSM, Walter Souza Cabistani, protocoloram um requerimento junto ao Ministério Público (MP) em busca de algumas respostas referentes ao inquérito civil sobre o incêndio na casa noturna em 27 de janeiro deste ano. A medida foi tomada depois que a investigação voltou para a análise do MP de Santa Maria, na tarde da última quinta-feira, por determinação do Conselho Superior do MP.
O retorno ocorreu diante de novas provas entregues por familiares de vítimas em Porto Alegre, com a missão de tentar reverter o arquivamento do inquérito civil que investigou a atuação de agentes públicos para que acontecesse o incêndio na Kiss. As novas evidências são baseadas principalmente em dois inquéritos da Polícia Civil em andamento. Também foram apresentadas leis que não teriam sido cumpridas, após estudo feito pelo advogado Luiz Fernando Smaniotto, que representa a AVTSM no caso
As três questões que os familiares querem ver respondidas são as seguintes:
1. Quem é a pessoa que autorizou a criação de um número novo para Rua dos Andradas; para com isso dar “ares” de legalidade a Concessão de Alvarás da Boate Kiss?
2. Qual o responsável técnico que fez a vistoria para o bom cumprimento do TAC (que foi feito pelo MP de SM e a prefeitura de Santa Maria) da Boate Kiss?
3. O Ministério Público de Santa Maria sabia da existência da Lei nº 3301 de 1991, que proibia a utilização de espuma em boate de Santa Maria?
Walter Cabistani, que perdeu o filho de 20 anos na tragédia, diz que os pais até já sabem as respostas, mas querem que seja formalizada uma posição do MP. Além disso, ele comentou que a AVTSM não quer mais reuniões a portas fechadas com os promotores, quer que tudo seja tratado com mais transparência. O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ressaltou ainda que ele e o presidente da AVTSM respeitam a posição de pais que pedem a troca dos promotores que estão com o caso, Maurício Trevisan e Ivanise Jann de Jesus, mas não concordam, pois, na avaliação deles, isso pouco alteraria os rumos do caso.
“Nós vamos voltar a acreditar na Justiça. Queremos confiar novamente nos promotores. Vamos dar mais uma chance a eles”, declarou Adherbal, pai de Jennefer, que morreu aos 22 anos no incêndio da Kiss.
Na segunda-feira à tarde, com o objetivo de ver servidores, secretários municipais e o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), acusados por improbidade administrativa devido à tragédia da Boate Kiss, outros familiares de vítimas fizeram um protesto em frente à sede do MP. Com faixas e cartazes, um grupo de 14 pessoas pediu que, após novas provas terem aparecido, que o caso não fique na mão dos mesmos promotores que pediram o arquivamento do inquérito civil em relação a todos os integrantes do Poder Executivo na primeira fase. Pais não descartam acampar em frente ao MP para pressionar.
Os dois inquéritos em andamento da Polícia Civil apuram supostas fraudes em documentos apresentados pelos donos da boate Kiss para a obtenção de alvarás e a aceitação por parte do município desses documentos que estariam em desconformidade com a legislação. Um deles está centrado em uma possível fraude no Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e no laudo acústico da Kiss. O outro investiga se houve omissão da prefeitura de Santa Maria no que se refere à poluição sonora e ao descarte indevido de resíduos pela Kiss.
Na manhã de segunda, o ex-sócio da Kiss Alexandre Costa disse, em depoimento à Polícia Civil, quecuidava apenas das questões administrativas da boate e não tinha responsabilidade pela parte documental. Ele foi ouvido na Delegacia Regional de Polícia Civil de Santa Maria.
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Esse inquerito jã comesou mal os delegados só queriam ibópe e cameras de televisão se investigar a fundo tirando os donos da kiss, os outros indiciados são todos bois de piranha.
Dona Terezinha, a senhora está sendo injusta.
Foram 242 jovens mortos e mais de 600 feridos vítimas do crime da Kiss. Portanto, não se trata de nenhum caso individual.
Trata-se de um crime em que o prefeito, seu vice e seus secretários foram omissos.
A senhora quer que este fato vá para baixo do tapete??
As ações e preocupações de exigir justiça, de buscar responsáveis…nada mais é do que nos ajudar a ter uma cidade, uma comunidade, uma administração melhor… Tanto municipal como estadual. Nao se escolheu ninguém com culpado, apenas se quer justiça. Doa a quem doer.
Quando perdi meu filho, assassinado no trânsito por um jovem alcoolizado, não saí pelo mundo fazendo turismo fúnebre e postando fotos de passeios turísticos em redes sociais.
Busquei reparação na Justiça, baseada nas leis que existem em nosso país.
Não procurei fazer da morte do meu filho uma oportunidade de tirar dinheiro dos cofres da Prefeitura do Rio de janeiro ou do Governo do Estado, pois jamais colocaria em primeiro lugar a busca por indenização financeira.
Santa Maria precisa separar o joio do trigo, sob pena de ficar parada no tempo e viver eternamente como refém da tragédia de janeiro.
Os pais que se dividem em seu luto, na sua dor, no resgate a vida com sua familia e comunidade e que AINDA encontram forcas para lutar por uma cidade melhor, sao criticados… Que Santa Maria é esta?
@Sr. Rubens: A associação tem TODA a razão e legitimidade no que busca. Será que o sr. por um infortúnio desses (agradeça por ter escapado) fosse diretamente atingido com a perda de um ente querido, da forma como ocorreu, pensaria assim? Estaria tão calmo e conciliador? Eles tem todo o direito e até um dever (também afetivo) de ir até as últimas consequências. Não retornarão as vidas, mas as irresponsabilidades e omissões devem SIM ser punidas.
A Associação representa muito bem, sr Rubens.
Não é possível aceitar a postura da prefeitura, que sequer abriu uma comissão apurou responsabilidades do crime da Kiss.
Por que??
Porque tem responsabilidade no ocorrido.
Porque o prefeito quer proteger os responsáveis e abafar o caso?
Além disto, um crime que consome 242 vidas deve ser apurado e responsabilizado.
Perdoar sim. Esquecer jamais.
Responsabilizar é uma atitude civilizatória e evolutiva para toda a cidade.
Parabens aos Pais, que apesar do crime hediondo, proporcionado, em grande parte pelo poder publico municipal.
Seguraram-se e não tomaram atitudes mais concretas,tal como a lei de Talião.
Já são quase 9 meses e a Associação das Vítimas e o Movimento do Luto, não contribuíram em nada para melhorar ou propuseram ações concretas para evitar futuras tragédias. Só querem CULPAR/CONDENAR a prefeitura. Esqueceram por completo o Governo do Estado.
E tudo e todas que não pensam como eles, ESTÃO SEMPRE ERRADOS.
Não querem JUSTIÇA querem VINGANÇA.
Parabéns aos PAIS que largaram de mão a VINGANÇA e estão fazendo belas ações. ONGs e atividades que honram seus filhos e familiares.
Difícil comentar o assunto. A portaria que determina a abertura do inquérito civil não foi divulgada. Faltam detalhes.
MESTRANDO.
Empresário local, deveriam ver COMO ele administra suas empresas SEM conhecer “papelada”… Nem o papel moeda ele conhece?
Como administrar ( o cara é mostrando em administração!) SEM cuidar e saber da papelada?
Um mistério que professores (ontem foi dia deles) poderiam explicar sobre a postura deste novo personagem DONO da Kiss. A maior parte dos problemas SURGIU na origemda boate, começou mal, terminou trágico.
Vender uma coisa errada nao tira a responsabilidade.
Quem sabe os próprios promotores não pediriam para serem trocados do caso?