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ENTREVISTA. Ex-presidente Fernando Henrique “se lava”, ao conversar com repórteres do jornal ‘El País’

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Lula cometeu erros estratégicos e de gestão”
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Lula cometeu erros estratégicos e de gestão”

É verdade que o tema do chamado “mensalão”, que teve sua origem em Minas Gerais, com o PSDB, ficou tangente, no material e, sobretudo, nas manifestações de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, sobraram críticas ao atual status quo politico, que derrotou o agora ex-presidente da República e grande vestal dos tucanos.

Mas vale conferir o excelente material informative produzido pela versão online brasileira do jornal espanhol El País. Inclusive para ter uma ideia de como vai se conduzir o debate politico na sucessão presidencial. Sobram, e seria uma estupidez imaginar o contrário, críticas ao PT, hoje no governo, e a necessidade de “entrada de ar fresco”, segundo FHC.

Ele também coloca que a diferença entre o PSDB e o PT não é a política econômica, mas “a política”. E por aí vai, navegando nas perguntas bem amigas dos entrevistadores, que não propõe nenhuma polêmica. Inclusive por isso, é interessante, pois se fica sabendo exatamente o que pensa, neste momento, o ex-Presidente, sem qualquer contraponto. A reportagem é de Luis Prados e Carla Jiménes. Acompanhe:

“Quatro anos de mais do mesmo é perigoso”

Pai do Plano Real, que acabou com o dragão da inflação e que completa agora 20 anos, e arquiteto, junto com o seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, do período de maior prosperidade e democracia da história do Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 1931) repassa, em conversa com o EL PAÍS, a encruzilhada brasileira neste ano de Copa do Mundo e eleições, enquanto o idílio dos mercados com o gigante sul-americano parecer ter definitivamente acabado.

De uma elegância pessoal e intelectual pouco frequente entre os políticos, o líder histórico do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) considera esgotado, apesar de reconhecer seus méritos, o projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT), acredita que seja necessária a entrada de ar fresco nos palácios do poder – “chegou o momento da mudança, e é necessária gente com uma visão diferente” – e expressa sua preocupação de que o Brasil perca espaço no cenário internacional e na América Latina em particular.

Pergunta. Há algum tempo parece que acabou o idílio dos mercados com o Brasil, que a confiança se perdeu. O que está acontecendo?

Resposta. Exageraram sobre os sucessos, como agora estão exagerando com as dificuldades. Nem antes voávamos tão alto, nem agora estamos tão mal. Perdeu-se o ímpeto das condições externas favoráveis e das reformas anteriormente feitas, que na verdade não aprofundamos. Não percebemos que vivíamos uma janela de oportunidade, não um estado permanente. O Governo Lula teve um erro estratégico e outro de gestão. O primeiro foi a crença de que haveria um declínio do Ocidente, o que, salvo o caso da China, é discutível. Acho ótimo que as relações Sul-Sul tenham sido fortalecidas, mas não em detrimento das relações com o mundo ocidental. Além disso, houve também uma espécie de grande ilusão, como se a pedra filosofal tivesse sido descoberta, com o crédito e o consumo como chaves do crescimento. E isso é metade verdade, a outra metade é que falta investimento. Foram paralisadas as reformas e existiu também um temor metafísico das privatizações, o que paralisou o investimento em infraestruturas enquanto havia abundância de capitais.

P. Pelo que o senhor diz, parece que o país está sequestrado pelos preconceitos ideológicos do PT.

R. Sim, acredito que haja algo assim. Não tanto no sentido do socialismo, mas no sentido da ingerência estatal. Aqui não há nada de socialismo. O que há é a visão de que a alavanca governamental pode tudo. Criaram realmente um casamento entre as empresas e os bancos públicos. Eu sempre digo que o que importa é que existam regras de mercado, não de negócios. Negócios não são algo que o governo tenha que fazer…”

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